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A importância económica do "peixe fino"

exemplares demersais abrotea1
Abrótea
exemplares demersais garoupa1
Garoupa
exemplares demersais pargo1
Pargo
exemplares demersais alfonsim1
Alfonsim-da-costa-estreita

As características geográficas, físicas e biológicas do arquipélago da Madeira, típicas da sua origem vulcânica, exercem uma grande restrição à atividade pesqueira, reduzindo a área de distribuição das espécies. O seu ecossistema marinho é caracterizado por uma relativamente elevada diversidade de espécies, mas com populações pequenas.

Denominam-se demersais os peixes que vivem associados ao substrato, em fundos arenosos ou rochosos. Os demersais, localmente designados por "peixe fino" abrangem mais de 50 espécies com elevado valor comercial, de onde se destacam o pargo (Pagrus pagrus), a abrótea (Phycis phycis), o alfonsim-de-costa-estreita (Beryx splendens) e a garoupa (Serranus atricauda).

Existem pequenas embarcações que se dedicam principalmente à captura destas espécies com artes de linha e anzol (por exemplo: linhas de mão, gorazeira e briqueira) e covos. As embarcações de grande porte utilizam o palangre de fundo.

Estas espécies atingem valores elevados nos preços médios registados na primeira venda em lota, aumentando o seu valor ao longo do percurso de comercialização. Contudo, as mesmas representam apenas cerca de 1% das descargas e 3% do valor económico, relativamente ao total do pescado desembarcado entre 2000-2014.

 
graf descargas
Figura 1
graf zonas de pesca
Figura 2

As descargas das espécies demersais referidas anteriormente, decresceram a partir de 2000 chegando a atingir um mínimo de 41 toneladas em 2014 e um pico de 127 toneladas em 2007. Em relação ao valor económico, registaram-se cerca de 650 mil euros em 2000, 671 mil euros em 2007 e 188 mil euros em 2014 (figura 1).

Em 2014, a espécie mais descarregada dentro do grupo de demersais foi a abrótea com cerca de 8 mil toneladas (19%), seguida pelo pargo, com 7 mil toneladas (17%). Em termos de valor económico, o pargo foi a espécie que faturou mais, cerca de € 41.665 (22%), seguida da garoupa com € 30.448 (16%) .

Pela análise de inquéritos realizados aos pescadores, constata-se que esta pescaria realiza-se ao redor das ilhas da Madeira, Porto Santo e ocasionalmente nas Desertas (área protegida parcial) (figura 2).

Muitas destas espécies foram alvo de estudos na área da biologia, nomeadamente na reprodução, idade e crescimento, em conjunto com outras instituições nacionais e internacionais. Na biblioteca desta Direção de Serviços (DSIDP) existe muita informação disponível sobre estas espécies, nomeadamente em relatórios internos, artigos científicos, monografias, entre outros.

 

Adriana Alves
(Mapa: Antonieta Amorim)
Direção Regional de Pescas