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Esplendor de recursos pesqueiros de profundidade no seu prato

marprof logoComo transpor a barreira, aparentemente intransponível, dos mares profundos do arquipélago da Madeira e transportar, de forma sustentável, recursos pesqueiros, de grande qualidade gastronómica e nutricional, para o seu prato?

Ao longo de quatro anos, o projeto MARPROF avaliou essa (e outras) interrogações, disponibilizou respostas nos âmbitos científico e técnico e tentou criar um ambiente favorável à sua aplicação, mostrando o potencial para a exploração sustentável de algumas das espécies marisco e peixe de profundidade habitantes da vertente continental destas ilhas.

O MARPROF, cujo acrónimo deriva dos termos "mar" e "profundo", foi cofinanciado no âmbito do Programa de Cooperação Transnacional (PCT) Madeira, Açores e Canárias (MAC) 2007-2013, foi implementado por um consórcio formado pela Secretaria Regional do Ambiente/Direção Regional de Pescas da Madeira, Câmara Municipal do Funchal/Estação de Biologia Marinha do Funchal, Universidade dos Açores/ Departamento de Oceanografia e Pescas e Governo de Canárias/Agência Canária de Investigação, Inovação e Sociedade da Informação (ACIISI).

 
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Atuando através de trabalhos de prospeção, entre os 250 e os 1000 metros de profundidade, visando o incremento do conhecimento acerca da vida marinha de profundidade, o projeto pretendeu também contribuir para a criação de oportunidades de mercado para novos produtos pesqueiros de qualidade, partindo de princípios de sustentabilidade na exploração dos recursos, qualidade dos produtos disponibilizados e disseminação de informação, efetuando ainda ações de relevo no domínio da educação para a sustentabilidade.

No domínio das pescas, o projeto avaliou assim o potencial pesqueiro e a qualidade alimentar das principais espécies alvo suscetíveis de desenvolvimento futuro de pequenas, designadamente a gamba-da-Madeira e o caranguejo da fundura. A título informativo, foi estimada a existência de uma biomassa total de gamba-da-Madeira da ordem das 40-50 toneladas, permitindo uma exploração máxima sustentável de 10-20 toneladas ano.

Após a versão castelhana, publicada em 2013, que foi considerada o melhor livro de pescado e marisco de Espanha, no âmbito do "Gourmand World Cookbook Awards 2013", a versão portuguesa do livro de receitas de mariscos e peixes de profundidade da Macaronésia, publicada recentemente, desvenda, para vosso proveito, algumas das possíveis aplicações gastronómicas das espécies profundas dos nossos mares.

 

João H. Delgado
Direção Regional de Pescas