Quando os europeus conquistaram a América do Norte levaram consigo as técnicas de cultivo das maçãs e de elaboração da sidra.

Ao contrário do whisky e de outras bebidas alcoólicas, a sidra tinha uma boa imagem e era bebida frequentemente em celebrações de todo o tipo.

Os três primeiros presidentes dos Estados Unidos, George Washington, John Adams e Thomas Jefferson, eram grandes apreciadores de sidra, oferecendo-a habitualmente nas suas receções oficiais.

Outro presidente estadunidense, William Henry Harrison (1773-1841) chegou a utilizar um barril de sidra como logótipo da sua campanha.

Devido à muita aceitação que tinha, foram efetuadas diversas manifestações durante o período da 'Lei Seca' para que fosse excluída da lista de bebidas proibidas.

Porém, e embora a sidra tenha feito parte da mesa dos norte-americanos no seu dia-a-dia, com a introdução e expansão de outro tipo de bebidas, caiu no esquecimento destes durante muito tempo mas, já em 2012, voltou a atingir nos Estados Unidos vendas superiores em 65% às do ano anterior. Este aumento do consumo não só foi obtido com produção local, mas também com produto do exterior, sendo que as sidras das Astúrias e do Reino Unido lideram neste momento as importações desta bebida.

Se é certo que a sidra, ao longo dos tempos, foi entrando em desuso pela competição das cervejas e dos refrigerantes, não deixa de ser uma bebida reconhecida mundialmente. Tanto assim é que, em alguns países, seja precisamente por saudosismo daquela tradição, seja por razões associadas à saúde, voltou a estar na moda e a ser tema de destaque no setor das bebidas de baixo teor alcoólico, ou das soft drinks.

Além do já salientado aumento do consumo nos EUA, a sua notoriedade, a nível internacional, começa a ser disputada em diversos concursos, nomeadamente: o "Asia Beer Awards" (Singapura), onde a medalha de ouro foi atribuída a uma sidra francesa; o "Australian Cider Awards" (Sydney); o International Cider Challenge (Inglaterra) e o "The International Brewing Awards" (Inglaterra). Também vêm sendo realizados concursos em outros países igualmente familiarizados com esta bebida, como é o caso da Espanha, França e Alemanha.

A sidra tem uma vasta tradição na Ilha da Madeira, principalmente na zona do Santo da Serra e, mais recentemente, nos Prazeres e em São Roque do Faial. Será assim a altura dos madeirenses voltarem a consumir a sidra madeirense, disfrutando do reconfortante prazer de saborear esta deliciosa e refrescante bebida, a qual resulta exclusivamente da fermentação das não menos extraordinárias maçãs produzidas na nossa bela Madeira.

Regina Pereira