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O que são aditivos alimentares?

aditivos alimentares 1 Desde os primórdios da humanidade que surgiu a necessidade de aumentar o tempo de vida útil dos alimentos. Técnicas como a secagem, a fermentação (queijos, pickles e cerveja) e a salga, entre outras, foram, ao longo da história, muito utilizadas. Com a revolução industrial e o aumento da população e, por consequência, da produção alimentar mundial, tornou-se necessário desenvolver novas técnicas de conservação, surgindo assim a utilização de aditivos.

Os aditivos alimentares são substâncias, naturais ou artificiais, adicionados aos alimentos para aumentar o seu prazo de validade (antioxidantes ou conservantes) ou fornecer-lhes cor (corantes), sabor (intensificadores de sabor e edulcorantes, entre outros) e/ou consistência (agentes de textura). Por norma, quanto mais colorido e transformado for o produto alimentar, maior a probabilidade de ser rico em aditivos alimentares.

Na União Europeia, existem mais de 300 aditivos alimentares autorizados, com a legislação a especificar em que alimentos podem ser usados e quais as doses permitidas. Desta forma, se forem utilizados nas condições estabelecidas e consumidos em quantidades inferiores à dose diária admissível (DDA) estabelecida, os aditivos alimentares não apresentam problemas para a saúde.

Porém, a DDA pode ser facilmente ultrapassada, fruto do crescente número de alimentos aos quais se podem adicionar um ou mais aditivos e da sua combinação na dieta alimentar.

 

 

Como tal, o ideal é optar por alimentos com poucos ou nenhuns aditivos, sobretudo quando se destinam a indivíduos sensíveis, como crianças, grávidas, idosos ou pessoas com alergias, asma, urticária crónica, pólipos nasais e intolerância ao ácido acetilsalicílico.

Os aditivos devem constar nos rótulos, pois são considerados ingredientes. Na lista de ingredientes, além da classe a que pertencem (corante ou conservante, por exemplo), deve constar o nome (ex.: ácido ascórbico) ou o código, composto pela letra E (de Europa), seguido de três ou quatro algarismos (E 300 ou E 200).

Existem aditivos úteis, que atuam contra bactérias que podem produzir toxinas mortais, a exemplo dos nitritos relativamente à clostriduim botulinum. Outros são aceitáveis, se usados com moderação e desde que não exista alternativa. Porém, muitos são inaceitáveis, por serem dispensáveis e quase sempre enganosos. Os corantes e os intensificadores de sabor têm apenas funções estéticas e gustativas. Mascaram, muitas vezes, matérias-primas de má qualidade, induzindo em erro o consumidor. Outro exemplo: o uso de fosfatos nos produtos de carne ou peixe, os quais aumentam a retenção de água no alimento, logo, o volume, acabando o consumidor por pagar mais por menos produto.

Se quiser consultar de forma rápida se um aditivo é seguro ou suspeito, função e possibilidade alérgica, consulte a ferramenta da DECO: https://www.deco.proteste.pt/alimentacao/seguranca-alimentar/simule-e-poupe/aditivos.

Em suma, o consumo de aditivos com parcimónia não é prejudicial para a saúde, mas é de salientar que, normalmente, os mesmos são utilizados em alimentos ultraprocessados, tais como gomas, charcutarias e refrigerantes, entre outros, produtos alimentares esses que não devem fazer parte da nossa dieta diária.

Tente optar por alimentos in natura, pouco processados e seguindo a máxima “descasque mais e desembale menos”.


Mónica Campos
Nutricionista do SESARAM, EPERAM