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Dia Mundial da Alimentação: Cultivar, Alimentar, Preservar

DM Alimentacao 2020 CARTAZ A FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) comemora 75 anos de existência e há 39 anos que celebra o Dia Mundial da Alimentação a 16 de outubro.

Este ano, a data reveste-se de especial importância, pela situação excecional em que o mundo se encontra, devido à pandemia do SARS-COV-2.

Os objetivos globais da FAO continuam a ser a erradicação da fome (quase 690 milhões de pessoas padeceram de fome crónica em 2019), proteger o planeta e assegurar prosperidade para todos.

É primordial garantir uma alimentação com acesso a alimentos seguros, nutritivos e em quantidade suficiente para todos, assim como acabar com todas as formas de desnutrição.

Se entre 2005 e 2017 registou-se um decréscimo da prevalência da fome (12,6% para 8,7%) nos anos subsequentes houve um ligeiro incremento e, no contexto atual, a probabilidade de a situação agravar-se é mais do que certa. Posto isto, o objetivo global de alcançar fome zero em 2030 está claramente comprometido.

Em Portugal, a evolução da taxa do risco para a pobreza nos últimos anos foi de melhoria. Mas os riscos de a situação inverter-se com o COVID-19 infelizmente também é mais do que provável.

A malnutrição associada à sobrecarga ponderal também persiste. O peso na infância não está a melhorar e a obesidade no adulto continua a aumentar.

O risco de desnutrição nos grupos populacionais de maior vulnerabilidade tende a se deteriorar devido ao impacto socioeconómico do COVID-19 na saúde.

 

O retrato não é animador, mas existem sempre soluções para minimizar os efeitos da conjuntura actual. O tema escolhido pelas Nações Unidas vai no sentido de garantir alimentação para todos de forma sustentável e certificando que o ciclo se repete sem comprometer a segurança alimentar e a mais elementar necessidade do ser humano.

Torna-se fulcral para melhorar toda a cadeia alimentar trabalhar nas seguintes áreas:

• Tornar a agricultura, a silvicultura e as pescas mais produtivas e sustentáveis;

• Reduzir a pobreza rural;

• Promover sistemas agrícolas e alimentares inclusivos e eficientes;

• Aumentar a resiliência dos meios de subsistência face a catástrofes.

Também é fundamental que a qualidade alimentar se baseie nas seguintes premissas:

• Variedade /diversidade;

• Adequação às necessidades;

• Moderação;

• Equilíbrio nutricional;

• Segurança alimentar.

É incontornável que a alimentação saudável protege contra a desnutrição em todas as suas formas, assim como da diabetes, doenças cardiovasculares e cancro e, por esta razão, é importante alertar para um conjunto de recomendações que promovem uma saúde mais sã:

• Amamentação se possível exclusiva até aos 6.º mês e extensível até aos 2 anos, complementada com a restante alimentação;

• Alimentação baseada numa grande variedade de alimentos não processados ou minimamente processados;

• Inclusão de cereais integrais, vegetais e frutos oleaginosos (nozes, amêndoas, …) e uma abundante variedade de hortofrutícolas;

• Quantidades moderadas de laticínios, ovos, aves e peixe e pequenas quantidades de carnes vermelhas;

• Consumo de água potável como bebida de eleição;

• Adequação das necessidades energéticas e nutricionais ao ciclo de vida;

• Minimização do contacto com agentes patogénicos, toxinas e outros vectores de transmissão de doenças alimentares.

Juntos, devemos trabalhar para um mundo sem fome e desnutrição.

Diana Silva
Nutricionista (1076N)
SESARAM, EPE-RAM
Estratégia Regional de Promoção da Alimentação Saudável e Segura

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