Dia Mundial da Alimentação: Cultivar, Alimentar, Preservar |
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Este ano, a data reveste-se de especial importância, pela situação excecional em que o mundo se encontra, devido à pandemia do SARS-COV-2. Os objetivos globais da FAO continuam a ser a erradicação da fome (quase 690 milhões de pessoas padeceram de fome crónica em 2019), proteger o planeta e assegurar prosperidade para todos. É primordial garantir uma alimentação com acesso a alimentos seguros, nutritivos e em quantidade suficiente para todos, assim como acabar com todas as formas de desnutrição. Se entre 2005 e 2017 registou-se um decréscimo da prevalência da fome (12,6% para 8,7%) nos anos subsequentes houve um ligeiro incremento e, no contexto atual, a probabilidade de a situação agravar-se é mais do que certa. Posto isto, o objetivo global de alcançar fome zero em 2030 está claramente comprometido. Em Portugal, a evolução da taxa do risco para a pobreza nos últimos anos foi de melhoria. Mas os riscos de a situação inverter-se com o COVID-19 infelizmente também é mais do que provável. A malnutrição associada à sobrecarga ponderal também persiste. O peso na infância não está a melhorar e a obesidade no adulto continua a aumentar. O risco de desnutrição nos grupos populacionais de maior vulnerabilidade tende a se deteriorar devido ao impacto socioeconómico do COVID-19 na saúde. |
O retrato não é animador, mas existem sempre soluções para minimizar os efeitos da conjuntura actual. O tema escolhido pelas Nações Unidas vai no sentido de garantir alimentação para todos de forma sustentável e certificando que o ciclo se repete sem comprometer a segurança alimentar e a mais elementar necessidade do ser humano. Torna-se fulcral para melhorar toda a cadeia alimentar trabalhar nas seguintes áreas: • Tornar a agricultura, a silvicultura e as pescas mais produtivas e sustentáveis; • Reduzir a pobreza rural; • Promover sistemas agrícolas e alimentares inclusivos e eficientes; • Aumentar a resiliência dos meios de subsistência face a catástrofes. Também é fundamental que a qualidade alimentar se baseie nas seguintes premissas: • Variedade /diversidade; • Adequação às necessidades; • Moderação; • Equilíbrio nutricional; • Segurança alimentar. É incontornável que a alimentação saudável protege contra a desnutrição em todas as suas formas, assim como da diabetes, doenças cardiovasculares e cancro e, por esta razão, é importante alertar para um conjunto de recomendações que promovem uma saúde mais sã: • Amamentação se possível exclusiva até aos 6.º mês e extensível até aos 2 anos, complementada com a restante alimentação; • Alimentação baseada numa grande variedade de alimentos não processados ou minimamente processados; • Inclusão de cereais integrais, vegetais e frutos oleaginosos (nozes, amêndoas, …) e uma abundante variedade de hortofrutícolas; • Quantidades moderadas de laticínios, ovos, aves e peixe e pequenas quantidades de carnes vermelhas; • Consumo de água potável como bebida de eleição; • Adequação das necessidades energéticas e nutricionais ao ciclo de vida; • Minimização do contacto com agentes patogénicos, toxinas e outros vectores de transmissão de doenças alimentares. Juntos, devemos trabalhar para um mundo sem fome e desnutrição. Diana Silva |
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