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Meteorologia agrícola
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Os impactos das alterações climáticas na agricultura meteorologia DICAs 445

Os impactos das alterações climáticas já se estão a fazer sentir na atualidade. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) já encontrou evidências que as alterações climáticas já estão a afetar muitos sistemas físicos e biológicos, em particular nas zonas temperadas.

Os impactos das alterações climáticas na agricultura são sobretudo a dois níveis: os que se estão a constatar nas últimas décadas e os que se projetam para o final deste século. A análise dos impactos que se estão a verificar nas últimas décadas resulta especialmente da observação de tendências. Deste modo, é necessário distinguir entre os impactos resultantes das alterações climáticas e os resultantes de outras forças concorrentes, como a inovação tecnológica.

Condições meteorológicas e produção agrícola

As condições meteorológicas afetam drasticamente a produtividade agrícola. Desde logo, a distribuição geográfica das culturas é função do clima e do fotoperíodo. A quantidade total de precipitação, assim como o seu padrão de variação, são aspetos importantes para os sistemas agrários.

As culturas apresentam limites climáticos que afetam o seu crescimento, desenvolvimento e produtividade. Há também fatores climáticos limitantes para a produtividade que apenas são efetivos durante alguns dias, como no caso dos cereais e árvores de fruto. Estes incluem valores de temperatura associados a fases fenológicas específicas e que condicionam a formação de órgãos reprodutivos, como grãos e frutos.

Deste modo, é fácil prever que as alterações climáticas têm um forte impacto na atividade agrícola. Os efeitos principais são, contudo, os impactos do aquecimento global na fenologia e do aumento de CO2 na eficiência fotossintética das culturas. Estes dois efeitos podem ter consequências antagónicas. Por um lado, o aquecimento reduz a duração do ciclo das culturas e, portanto, a produtividade. Por outro lado, o aumento de CO2 aumenta a taxa fotossintética e, portanto, a produtividade.

 

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O que estará em jogo será verificar se a redução da duração do ciclo é compensada pelo aumento da taxa fotossintética. Em função do balanço entre as duas componentes, o resultado pode ser diverso desde a quebra de produtividade até ao seu aumento. É lógico que naquele balanço há muitas outras variáveis determinantes, sendo a principal a disponibilidade hídrica. Se esta variável falhar, as culturas não poderão tirar partido do aumento do CO2.
Outras variáveis importantes no balanço entre a duração do ciclo e a taxa fotossintética são os impactos das alterações nas pragas, doenças e infestantes.

De acordo com os apuramentos meteorológicos emitidos pelo IPMA para o período compreendido entre 25 e 31 de agosto (ver quadro), as condições do estado do tempo sofreram poucas alterações relativamente à semana anterior, com os valores da temperatura a estabilizar para registos considerados normais para esta época do ano, embora com a ocorrência de pequenos aguaceiros que não estavam previstos na costa sul da Região.

A disponibilidade de água no solo depende do balanço entre chuva e evapotranspiração. Verifica-se que os valores da precipitação estão bem abaixo dos da evapotranspiração (ver quadro), pelo que é necessário proceder às regas, sempre de acordo com as necessidades hídricas das culturas.

Até 10 de setembro (ver quadro), o IPMA prevê a que as condições do estado do tempo se mantenham sensivelmente sem alterações, com a presença de alguma nebulosidade e a ocorrência de alguns aguaceiros em toda a Região, com principal incidência na costa norte.

Na execução das operações culturais, na sua exploração agrícola, nomeadamente as regas e aplicação de produtos fitofarmacêuticos, deve evitar sempre as horas mais quentes do dia.

Aconselha-se manter a monitorização às culturas, por forma a detetar os sinais e/ou sintomas de pragas ou doenças e poder, assim, agir de forma atempada no respetivo combate, minimizando eventuais prejuízos. Os tratamentos fitofarmacêuticos devem ser realizados em conformidade, com a leitura prévia e atenta dos rótulos), não esquecendo também que é obrigatório o registo no caderno de campo de todos os tratamentos fitofarmacêuticos efetuados.


Miguel Teixeira
Divisão de Assistência Técnica Agronómica 
Direção de Serviços de Desenvolvimento Agronómico
Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural
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Telef.: 291 211 260

 

Para informação relativamente à prevenção e/ou tratamento, deverá contactar o seguinte serviço da Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural:

Direção de Serviços de Desenvolvimento Agronómico /DSDA
Divisão de Assistência Técnica Agronómica /DATA
Correio eletrónico: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
Telef.: 291 211 260

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