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Meteorologia agrícola
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apuramentos DICAs429 (LEGENDA)

Alterações climáticas em Portugal

meteorologia DICAs 445 A região mediterrânica é particularmente vulnerável às alterações climáticas, pelo que foi importante que, já em 1999, se tivessem iniciado estudos integrados e multissectoriais para abordar os impactos das alterações climáticas em Portugal.

De facto, numa iniciativa pioneira, decorreram em Portugal os projetos SIAM I e SIAM II – Alterações Climáticas em Portugal: Cenários, Impactos e Medidas de Adaptação entre os anos de 1999 a 2002 e de 2002 a 2003, respetivamente. Os dois projetos contaram com equipas multidisciplinares (11 equipas num total de 61 investigadores), para estudar os impactos das alterações climáticas em sectores tão diversos como os recursos hídricos, a agricultura, a saúde humana, a energia, a floresta e as pescas, entre outros. São dados destes dois projetos que aqui se apresentam para caracterizar as alterações climáticas no passado recente e futuro em Portugal.

As séries climáticas 1931 – 2000 de temperaturas máxima e mínima revelam as mesmas tendências observadas a nível mundial, i.e., um aumento significativo dos valores médios. Contudo, no período em análise, a tendência não se manteve constante. De facto, houve um aquecimento até 1945, seguido de um período de 30 anos com um moderado arrefecimento. Finalmente, desde 1975 tem-se mantido a tendência para o aquecimento. Esta mesma tendência foi observada a nível mundial. No período 1931 – 2000, os seis anos mais quentes ocorreram entre 1989 e 2000, i.e., nos últimos 12 anos em consideração.
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O número de noites com temperatura mínima superior a 20ºC está a aumentar à taxa de 4,2 dias por década desde 1975. O mesmo se passa para o número de dias com temperatura máxima superior a 25ºC, à taxa de 3,9 dias por década.

 

previsoes DICAs429 (NOTA)

A evolução temporal da precipitação sazonal média em Portugal expressa uma redução da precipitação na Primavera nas últimas três décadas do século XX. Contudo, nenhuma outra alteração é estatisticamente significativa. Esta tendência é confirmada pelo índice de severidade de seca (PDSI), que mostra um agravamento particularmente acentuado entre 1991 e 2000 e na zona Sul do país.

Quanto a alterações climáticas futuras, apresentam-se alguns parâmetros meteorológicos, como a temperatura mínima no Inverno, temperatura máxima no Verão, o número de dias quentes, o número de dias de geada e as anomalias na precipitação anual.

Assim, regra geral, o clima de Portugal no futuro caracterizar-se-á por temperaturas máximas e mínimas mais elevadas, com maior número de dias muito quentes e menor ocorrência de geadas. Ocorrerão quebras na precipitação que podem atingir os 50% (no Sul). O Sul mais quente, com menos geadas e precipitação do que o Norte.

De acordo com os apuramentos meteorológicos emitidos pelo IPMA para o período compreendido entre 18 e 24 de agosto (ver quadro), as condições do estado do tempo sofreram poucas alterações relativamente à semana anterior com os valores da temperatura a aumentar significativamente.

A disponibilidade de água no solo depende do balanço entre chuva e evapotranspiração. Verifica-se que os valores da precipitação estão bem abaixo dos da evapotranspiração (ver quadro), pelo que é necessário proceder às regas, sempre de acordo com as necessidades hídricas das culturas.

Até 03 de setembro (ver quadro), o IPMA prevê a estabilizaçãoalteração das condições do estado do tempo, com nebulosidade ligeira em toda a Região e aguaceiros esporádicos previstos a norte.

Na execução das operações culturais, na sua exploração agrícola, nomeadamente as regas e aplicação de produtos fitofarmacêuticos, deve evitar sempre as horas mais quentes do dia.

Aconselha-se manter a monitorização às culturas, por forma a detetar os sinais e/ou sintomas de pragas ou doenças e poder, assim, agir de forma atempada no respetivo combate, minimizando eventuais prejuízos. Os tratamentos fitofarmacêuticos devem ser realizados em conformidade, com a leitura prévia e atenta dos rótulos), não esquecendo também que é obrigatório o registo no caderno de campo de todos os tratamentos fitofarmacêuticos efetuados.


Miguel Teixeira
Divisão de Assistência Técnica Agronómica 
Direção de Serviços de Desenvolvimento Agronómico
Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural
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Telef.: 291 211 260

 

Para informação relativamente à prevenção e/ou tratamento, deverá contactar o seguinte serviço da Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural:

Direção de Serviços de Desenvolvimento Agronómico /DSDA
Divisão de Assistência Técnica Agronómica /DATA
Correio eletrónico: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
Telef.: 291 211 260