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Meteorologia agrícola
A informação técnica semanal ao seu dispor!

apuramentos meteorologicos 25a31 agosto (LEGENDA)

De acordo com os apuramentos meteorológicos do período compreendido entre 10 e 16 de novembro (ver quadro), a região apresentou tempo nublado e chuvoso, e com as temperaturas a se manterem amenas. Continuamos com alguma instabilidade nas condições climatéricas (alternância tem sido semanal).

As regas, deverão ser reduzidas uma vez que os índices de precipitação voltaram a ser significativos. A aplicação de produtos fitofarmacêuticos, deverão apenas ser agendadas para os dias com previsão de ausência de precipitação, com especial atenção também, à velocidade do vento.

Nos locais em que os valores registados da precipitação (P) sejam superiores aos da Evapotranspiração potencial (ETP), ver quadro, poderemos suspender as regas.

Nas previsões climáticas para a próxima semana (até 26 de novembro), é esperado a continuação de nebulosidade em toda a região, e ocorrência de alguma precipitação, nas costas viradas norte.

Cuidados na plantação e formação de vinhas novas, para reduzir ou evitar infeções de esca e de outras doenças do lenho e de raiz

vinha nova
 Plantação de vinha nova

Na instalação de uma vinha nova, devem ser tomadas todas as medidas conhecidas possíveis, para que esta se desenvolva nas melhores condições. Videiras saudáveis, bem enraizadas, corretamente nutridas, podem resistir melhor e por mais tempo às diversas doenças que as atingem.

• Parcelas de vinha expostas a sul, com baixa concentração de humidade, permitem um bom desenvolvimento das videiras e melhor prevenção das doenças do lenho como a esca;

• A plantação deve ser feita no outono-inverno, na fase de dormência das videiras. Desaconselha-se a plantação tardia, em plena primavera e por vezes em pleno verão, como é frequente. Esta prática tem levado a perdas elevadas de plantas, que morrem após a plantação, por não conseguirem sobreviver ao calor crescente dessas épocas do ano. Mesmo sendo regadas, não tiveram tempo de enraizar e de se desenvolver e adaptar às condições do terreno e do clima local. Excecionalmente, poderão plantar-se videiras na primavera-verão, mas apenas utilizando plantas envasadas;

• Escolher cuidadosamente as videiras a plantar, material certificado, sem necroses nos troncos, com raízes bem desenvolvidas;

• Fazer uma boa preparação do solo, assegurar uma drenagem adequada, prevenindo o alagamento, melhorar a estrutura do solo, incorporando matéria orgânica e aumentando a disponibilidade de fósforo e potássio;

• Na preparação do terreno, remover o mais possível lenhas e raízes de videiras ou de árvores e arbustos que aí existiam. Não enterrar raízes, troncos ou matos verdes ou mal curtidos no solo da futura vinha, nem nas imediações, para reduzir as hipóteses de infeção por Armillaria;

• As plantas devem ser colocadas na cova de plantação com as raízes bem espalhadas, para se desenvolverem plenamente;

• Evitar compactar o solo na plantação;

• Aplicar na cova, antes da plantação, produtos à base de Trichoderma asperellum + Trichoderma gamsii (DONJON), para prevenir e minimizar o desenvolvimento de podridão agárica (Armillaria mellea). A aplicação destes produtos deve ser feita, seguindo rigorosamente as instruções dos fabricantes (rótulo, ficha técnica). Justifica-se, sobretudo, quando há já no terreno indícios da presença do fungo (Armillaria);

• Durante a poda (logo após), deve aplicar, pelo menos nos cortes maiores, uma calda à base de antagonistas (Trichoderma) dos fungos que causam as doenças do lenho (VINTEC, ESQUIVE WP, DONJON);

• Podar de acordo com o desenvolvimento das videiras (nem muito cedo, nem demasiado tarde no ano). Não fazer cortes rasos, para evitar a formação de cones de madeira seca no tronco principal e ramos, que permitem a entrada de fungos do lenho e dificultam a circulação da seiva. Não deixar cargas exageradas nas vinhas jovens, de modo a não esgotar demasiado cedo o seu potencial produtivo;

• Instalar enrelvamento melhora a estrutura do solo e equilibra a disponibilidade de nutrientes para a cultura;

• Evitar excesso de vigor das plantas nos primeiros cinco anos, ajudando-as a desenvolverem uma raiz forte e profunda e o correspondente sistema vascular;

• Excesso de vigor, excesso de azoto, portaenxertos vigorosos e mobilização contínua do solo aumentam o risco de aparecimento de doenças do lenho;

• Prevenir o stress hídrico, com rega equilibrada, nem demais nem de menos, de acordo com as disponibilidades de água. Regar de dia ajuda a prevenir a ocorrência de doenças do lenho.

Esca

vinha sintomas esca
 Sintomas da doença (esca) nas folhas da videira

A esca é uma doença tão antiga quanto a cultura da vinha, cujo conhecimento tem melhorado nos últimos anos, e tendo estado associada a um conjunto de outras doenças como a escoriose e a eutipiose, designadas globalmente por “complexo degenerativo do lenho da videira”.

Esta doença (esca) é causada por um conjunto de fungos, dos quais se destacam os seguintes:

- Phaeomoniella sp.;

- Phaeoacremonium sp.;

- Fomitiporia mediterranea.

 

previsoes meteorologicas 1a10 setembro (NOTA)

A doença pode assumir duas formas:

1 – Apoplexia

vinha morte subita
 Apoplexia – morte súbita

Normalmente esta sintomatologia observa-se a meio do Verão, afetando toda a planta. As folhas, com um aspeto normal, adquirem uma coloração verde mais clara, cinzento-esverdeada, e murcham, secando em poucos dias. Os cachos também secam, permanecendo pendurados nas varas. A apoplexia é favorecida por Verões quentes, em particular quando há precipitação seguida por tempo seco e temperaturas elevadas.

2 - Forma lenta (ou crónica)

vinha morte lenta
 Sintomas visíveis na planta

Pode afetar apenas algumas partes da planta. Observam-se sintomas nas folhas, tronco, varas e cachos.

vinha morte lenta diferentes partes

Os sintomas observados nas folhas não são específicos da doença. As necroses nas folhas observadas na forma lenta podem ser confundidas com problemas fisiológicos, como a carência de magnésio ou o stress hídrico extremo. A morte repentina das videiras (apoplexia), pode também ter outra causa, como por exemplo a podridão agárica (Armillaria mellea).

Quais as medidas a adotar no combate a esta doença?

As medidas a adotar são de carácter preventivo, visando limitar as contaminações e as fontes de inóculo (Ver atrás cuidados a ter na plantação).

Tendo em conta que há descontinuidade na manifestação dos sintomas apresentados pelas videiras com esca, as vinhas devem ser observadas durante 3 a 4 anos consecutivos, marcando-se, em cada ano, as videiras que mostrarem sintomas da doença.

Cortar e queimar as videiras mortas, bem como os sarmentos que apresentem sintomas (manchas de coloração castanha clara a escura, e de consistência dura, podendo também a madeira estar esfarelada).

Durante o período em que se efetua a poda:

• Podar em último lugar as videiras doentes;

• Evitar feridas de grande superfície;

• Podar com tempo seco e sem vento;

• Proteger as feridas de poda, seja por pincelagem, com calda fungicida, o que permite simultaneamente desinfetar a lâmina da tesoura;

• As feridas de maiores dimensões, nomeadamente as que resultam do corte de videiras numa tentativa de as regenerar a partir de lenho são, devem ser protegidas com unguentos de enxertia ou betume industrial;

• Desinfetar os utensílios utilizados na poda com hipoclorito de sódio a 5%, quando se passa de uma videira para outra.

Miguel Teixeira
Divisão de Assistência Técnica à Agricultura/DSDA
Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural

Para mais informação relativamente à prevenção e/ou tratamento, deverá contactar o seguinte serviço da Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural:

Direção de Serviços de Desenvolvimento Agronómico /DSDA
Divisão de Assistência Técnica à Agricultura /DATA
Correio eletrónico: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
Telef.: 291 211 260