Meteorologia agrícola
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(LEGENDA) De acordo com os apuramentos meteorológicos para o período compreendido entre 2 e 8 de junho (ver quadro), a precipitação foi significativa, contrariamente ao que estava previsto, com as temperaturas a baixar ligeiramente. As regas, a serem efetuadas, deverão ser com menor frequência. No quadro, os indicadores da Precipitação (P) e Evapotranspiração potencial (ETP) evidenciam a necessidade de encontrar esses mesmos equilíbrios hídricos. Procede-se, em seguida, à chamada de atenção aos viticultores regionais para uma praga importante nos vinhedos, a cochonilha algodão. Cochonilha algodão - [Pseudococcus = (Planococcus) citri Risso] As colónias de cochonilha algodão instalam-se em todos os órgãos da vinha, verdes e lenhosos (troncos, varas, folhas e cachos). Muitas das folhas atacadas secam, ficando penduradas no meio da vegetação ainda verde.
A melada produzida pelas cochonilhas dá um aspeto brilhante e pegajoso às folhas e aos cachos. Sobre esta melada desenvolve-se um fungo negro, vulgarmente chamado fumagina, cobrindo as folhas e os cachos, dificultando as funções de respiração e de elaboração e acumulação de reservas pelas folhas, estragando as uvas e enfraquecendo a videira.As cochonilhas agrupam-se em colónias sob a casca dos troncos para passarem o Inverno. Vigilância e tratamento Durante o Inverno, deve-se procurar as colónias de cochonilha algodão sob a casca das cepas, sobretudo nas zonas de união entre os ramos secundários e o tronco principal. No início da vegetação, é necessário estar vigilante para detetar o aparecimento dos primeiros ataques nos gomos. À medida que a Primavera vai avançando, deve-se vigiar eventuais invasões da folhagem da videira, denunciadas pelo aparecimento de melada. |
(NOTA)
Podem ser tomadas as seguintes medidas de combate a esta praga:
- marcar durante o período vegetativo as videiras atacadas; - no Outono/Inverno proceder ao descasque das cepas atacadas, de modo a expor as colónias de cochonilha alojadas debaixo da casca (ritidoma) aos tratamentos fitossanitários e ao frio do Inverno, que as destrói; - fazer tratamentos localizados à rebentação, molhando muito bem as videiras e utilizando uma quantidade de calda nunca inferior a 1.500 litros por ha; - durante o Verão, podem ser feitos outros tratamentos, sempre limitados às áreas e cepas atacadas, sobretudo na época em que se dá a invasão da massa verde da folhagem, esta invasão coincide aproximadamente com a segunda geração da traça da uva, pelo que podem ser usados produtos anti-traça, que combatam simultaneamente a cochonilha. O êxito do tratamento depende em boa medida de se atingirem muito bem as zonas da base dos talões (varas do ano anterior) e da união entre talão e pâmpano. Nas vinhas onde se tem verificado ataques deste inseto, e apenas nas videiras atacadas, recomenda-se uma primeira intervenção com um inseticida depois da alimpa (poda em verde e desbaste das folhas). Durante o tempo quente, o óleo de verão pode ter efeitos fitotóxicos (causar queimaduras nas folhas ou a sua queda). Assim, deve ser aplicado na concentração mais baixa (1 litro de óleo/100 litros de água). No Modo de Produção Biológica (MPB) podem ser utilizados produtos à base de óleo de verão. Relembra-se a todos os agricultores que, devido ao novo Coronavírus SARS-CoV2, devem adotar-se os cuidados acrescidos de segurança na execução de todas as tarefas, na exploração agrícola (Ver DICAs n.º 374/2020 – ‘Medidas de higiene especiais a observar nos trabalhos agrícolas’). Miguel Teixeira |
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Para mais informação relativamente à prevenção e/ou tratamento, deverá contactar o seguinte serviço da Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural: Direção de Serviços de Desenvolvimento da Agricultura /DSDA |
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