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Meteorologia agrícola
A informação técnica semanal ao seu dispor!

apuramentos meteorologicos semana52 (LEGENDA)

Segundo os apuramentos meteorológicos para o período compreendido entre 3 e 9 de março, (ver quadro), já se verificaram alterações significativas a norte da região, nomeadamente Santana, relativamente à semana anterior, ou seja, muita nebulosidade e precipitação, com os valores das temperaturas médias a baixar para o normal nesta época do ano.

Com estas condições do estado do tempo, apenas devemos manter a necessidade de efetuar as regas, na costa sul. Ver no quadro, os indicadores da Precipitação (P) e Evapotranspiração potencial (ETP) que indicam claramente como proceder.

Poucas alterações nas previsões climáticas para a próxima semana (até 19 de março), ou seja, na costa sul, alguma nebulosidade sem precipitação, e na costa norte, muita nebulosidade acompanhada de precipitação. Os agricultores que estão a produzir batata ou que ainda a vão plantar. devem estar preparados para o eventual aparecimento do fungo causador do míldio. As condições climatéricas a norte da região, em particular na última semana e na que se avizinha, privilegiam o aparecimento desta doença.

Míldio da batateira - Phytophthora infestans (Mont.) de Bary

Desenvolve-se principalmente nas plantas do gênero solanum, sendo a batateira um hospedeiro habitual.

É uma doença que ataca todos os órgãos da planta (parte aérea e tubérculos). Sendo a principal doença da batateira, pode, em condições favoráveis, destruir por completo toda a cultura.

Pode ocorrer em qualquer fase do desenvolvimento vegetativo da cultura, afetando severamente, folhas, caules e tubérculos.

A rápida disseminação e o elevado potencial destrutivo caracterizam o míldio como a mais importante e agressiva doença desta cultura. A doença aparece na parcela por focos isolados antes de se generalizar.

Caso não seja combatida de forma preventiva, a doença propaga-se rapidamente a todas as folhas, pecíolos, caules e tubérculos, acabando a planta por morrer em poucos dias.

O fungo tende a aparecer a partir de material infetado que ficou no campo ou através da batata de semente.

Os primeiros sintomas aparecem depois da emergência da batata, as primeiras folhas são infetadas pelo fungo, sempre que as condições sejam favoráveis ao seu desenvolvimento, produzindo-se as infeções primarias, que se não forem controladas têm uma rápida propagação para o resto das plantas.

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Os primeiros sintomas caracterizam-se pelo aparecimento de pequenas manchas nas folhas (áreas húmidas) inicialmente esverdeadas passando depois a acastanhadas, com um aspeto oleoso, nem sempre de forma regular.

Em condições favoráveis estas manchas progridem rapidamente, dando origem a grandes áreas mortas (necrosadas), envolvidas por um halo verde-claro ou amarelado. Na página inferior da folha e em redor da mancha, quando a humidade é elevada, forma-se um enfeltrado branco acinzentado / aveludado, constituído pelos órgãos de frutificação do fungo (conidióforos). Sempre que temos um ataque intenso, as plantas severamente afetadas emitem um odor característico, devido à rápida decomposição dos tecidos.

Os sintomas ao nível do caule e pecíolos traduzem-se no aparecimento de manchas castanho-escuro a negro, geralmente situadas entre o terço médio e a parte superior da planta, apresentando uma consistência vítrea.

mildio batateira 2 Em ataques mais severos, quando atingem todo o diâmetro do caule, tornam-se quebradiços com o vento, passagem de máquinas ou pessoas.

Os tubérculos afetados apresentam áreas irregulares mais ou menos confluentes, ligeiramente achatadas de cor acastanhada, acinzentada ou violácea.

 

previsoes meteorologicas semana52 (NOTA)

mildio batateira 3 O interior dos tubérculos geralmente apresenta uma podridão granular de cor acastanhada que progridem de maneira difusa da superfície para o interior.

mildio batateira 4 A temperatura e a humidade exercem um papel fundamental no desenvolvimento do míldio, especialmente durante a fase de contaminação: Humidade relativa acima de 90% e temperatura média acima de 16°C favorecem a disseminação da doença. temperaturas superiores a 27-30°C normalmente ajudam a parar o desenvolvimento da doença.

Os ataques tardios de míldio podem resultar numa alta taxa de contaminação dos tubérculos, com prejuízos significativos na conservação, levando a custos adicionais de triagem e dificuldade de comercialização e armazenamento.

Medidas preventivas

- Elimine restos de batatas que possam ter ficado esquecidos de escolhas e triagem, nos campos ou nas suas proximidades;

- Elimine as batateiras que tenham nascido espontaneamente nas proximidades dos campos de batata. Tubérculos abandonados no campo e plantas espontâneas são fontes primárias de inóculo do míldio;

- Plante batata-semente certificada de variedades resistentes e tolerantes ao míldio;

- Evitar adubações azotadas excessivas;

- Épocas de sementeira;

- Variedades resistentes;

- E por fim a luta química, não esquecendo o equipamento de aplicação em bom estado e bem calibrado.

A luta química deve ser realizada em conjugação com todas estas práticas atrás referenciadas, por forma a conseguirmos melhores resultados. Sempre que se recorrer à luta química, esta deve ser feita de forma preventiva, A partir do momento que a doença se instale no campo, dificilmente a conseguimos parar.

Proceder a tratamentos fitossanitários, preventivos, sempre que se verifiquem condições de H.R. elevada (ex. nevoeiro, chuva) e as temperaturas apresentem os seguintes valores: noturnas – 13ºC e diurnas – 10 a 25ºC. O fungo é mais facilmente destruído por condições de secura persistente e temperaturas superiores a 30ºC.

Existem no mercado várias soluções de fungicidas para o combate desta doença, desde os produtos de contacto, contacto + penetrantes, sistémicos + contacto e penetrantes. A sua rotação é de extrema importância no que diz respeito à gestão de resistência (não basta alternar nomes comercias, mas sim grupos químicos).

A sua escolha deve ter em consideração o estado de desenvolvimento da planta e a presença ou não do fungo.

Dar preferência à utilização de produtos sistémicos na fase de crescimento ativo da cultura, de preferência até à floração.

Não fazer mais de três tratamentos por ano com sistémicos.

Alternar o uso de sistémicos com os de contato.

Não ultrapassar o prazo de 10-12 dias entre dois tratamentos consecutivos de sistémicos.

Quando o míldio é detetado no seu "batatal" não devemos utilizar produtos sistémicos, utilizar preferencialmente produtos penetrantes com ação curativa, (com efeito travão).

Para mais informação relativamente à prevenção e/ou tratamento, deverá contactar o seguinte serviço da Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural:

Direção de Serviços de Desenvolvimento da Agricultura /DSDA
Divisão de Assistência Técnica à Agricultura /DATA
Correio eletrónico: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
Telef.: 291 211 260

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