Meteorologia agrícola
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(LEGENDA) Segundo os apuramentos meteorológicos para o período compreendido entre 11 e 17 de fevereiro (ver quadro), praticamente não se verificaram alterações, relativamente à semana anterior, ou seja, ocorreu alguma nebulosidade, com os valores das temperaturas médias a oscilar ligeiramente e ocorrências tímidas de precipitação. Com estas condições do estado do tempo, devemos manter a necessidade de efetuar as regas. Ver no quadro, os indicadores da Precipitação (P) e Evapotranspiração potencial (ETP) que indicam claramente esta necessidade. Poucas alterações nas previsões climáticas para a próxima semana (até 27 de fevereiro), ou seja, na costa sul, alguma nebulosidade sem precipitação, e na costa norte, muita nebulosidade e ainda com precipitação esporádica. A nespereira não sendo uma cultura com grande peso económico para a RAM, revela-se de grande importância para os madeirenses por ser quase uma árvore de ‘companhia’, presente na grande maioria dos seus quintais. O pedrado sendo uma doença que está presente em todos os concelhos da RAM e tendo a nespereira como hospedeiro, apresentamos umas breves considerações sobre este organismo nocivo. Pedrado da Nespereira do Japão Fusicladium eriobotryae (Basiascum eriobotryae, Spilocaea eriobotryae) Descrição O pedrado da nespereira é uma doença, produzida por um Ascomyceta, que pode provocar a destruição total da produção e enfraquecimento da árvore. Começa a manifestar-se com as primeiras chuvas outonais. Esta doença está reportada para os locais de cultivo da nespereira. Epidemiologia Os órgãos que pode infetar de forma mais visível são frutos em formação e folhas, não obstante poder infetar as flores, frutos já formados e ramos. A fase parasitária do pedrado é assegurada pelo micélio produtor de conídios e depende da existência de órgãos verdes. No pedrado da nespereira não se conhece a forma sexual, prevendo-se que as infeções sejam provocadas por conídios, de modo geral, o micélio pode continuar a desenvolver-se por via sexual nas folhas mortas e em decomposição, comportando-se como saprófita formando peritecas. Estas estão localizadas nos estomas, germinam um ostíolo que se abre para o exterior e então projeta bruscamente os ascósporos, que são transportados pelo vento, originando as infeções primárias. Na forma conidial desenvolve-se um talo subcuticular, que corresponde a uma extensão de hinfas ramificadas, que se vão diferenciar em conidióforos, terminais e solitários. Ao nível das lesões das folhas, o micélio procedente da germinação do esporo, desenvolve-se entre a cutícula e as células adjacentes da epiderme, que em condições favoráveis rompem a cutícula e dão lugar a frutificações do fungo. |
(NOTA) Sintomas
O pedrado produz manchas escuras, de contorno sinuoso, que se desenvolvem rapidamente, provocando desidratação do limbo ou paragem de crescimento do fruto, no local de infeção, o que provoca assimetrias no desenvolvimento e queda precoce. Nos jovens ramos forma um cancro castanho-escuro, que provoca o dessecamento da zona superior à infeção. Não obstante os sintomas poderem confundir-se com o acidente fisiológico de carência de cálcio, distingue-se facilmente pela presença de um enfeltrado aveludado, sobre a mancha. A desidratação de jovens ramos, serve de porta de entrada a outros parasitas tal como Cytospora.
Luta cultural Destruição de folhas caídas e restos de frutos mumificados da produção anterior e ramos com sintomas. Luta química Preconiza-se um tratamento preventivo ao início da floração, em plena floração (5 % de pétalas caídas) com produto sistémico ou penetrante. Após a floração, sempre a que a temperatura seja superior a 15ºC e a precipitação seja superior a 10 l/m2, recomenda-se a utilização de fungicida. Se esta aplicação se efetuar nas 24 horas seguintes à precipitação, deve-se usar um fungicida preventivo (pode-se usar enxofre molhável se não se atingir 30ºC de temperatura diurna), se for 24-72 horas ou após usar um fungicida sistémico ou penetrante., ou seja, depois da floração, nas variedades sensíveis, que costumam ter grandes ataques de pedrado, deverão ser feitos tratamentos com produtos à base de cobre até ao engrossamento dos frutos, durante os períodos mais chuvosos e húmidos do inverno. O tratamento deve ser renovado se a calda for lavada pelas chuvas. Os tratamentos preventivos devem ser aplicados durante o período de incubação do fungo quando se verificar condições de desenvolvimento da doença de acordo com a climatologia; tratamentos curativos sempre que haja contaminação. No Modo de Produção Biológico (MPB) são autorizados fungicidas à base de cobre para combater o pedrado da nespereira do Japão. |
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Para mais informação relativamente à prevenção e/ou tratamento, deverá contactar o seguinte serviço da Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural: Direção de Serviços de Desenvolvimento da Agricultura /DSDA |
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