Meteorologia agrícola
|
||||||||||
(LEGENDA) CLIMATOLOGIA De acordo com os apuramentos meteorológicos de 24 a 30 de setembro (ver quadro), não houve grandes alterações na última semana de setembro nas condições do estado do tempo, ou seja, continuaram as temperaturas amenas, alguma nebulosidade e ausência de precipitação na costa sul e precipitação com algum significado na costa norte e nas zonas altas, o que se revelam condições ótimas para a realização de todas as tarefas inerentes às boas práticas agrícolas. Estas condições do estado do tempo obrigam, por outro lado, a uma atenção redobrada à frequência das regas, em particular no sul. Neste início de Outono, dever-se-á continuar a ser rigorosos no uso da água de rega, só a devemos usá-la, de acordo com as necessidades hídricas das culturas. É imperioso um uso racional de água. As previsões do estado do tempo para os próximos dias (até 10 de outubro) são de dias de pouca nebulosidade a sul e sem precipitação e maior nebulosidade a norte com possibilidade de precipitação fraca no dia 9 e 10 de outubro. Pós-colheita de hortaliças Existem muitos fatores biológicos envolvidos na conservação pós-colheita de hortaliças: - a respiração; Respiração Mesmo depois de colhidas, as hortaliças continuam a respirar. De um modo simples, a respiração é um processo no qual as hortaliças utilizam as suas reservas de energia para absorver oxigénio e libertar dióxido de carbono e calor. Por essa razão, a respiração deve ser mantida no nível mais baixo possível, de modo que as hortaliças mantenham ao máximo as suas reservas e a sua qualidade como alimento. É por isso que baixamos a temperatura, colocando-as em câmaras frigoríficas e dentro de recipientes plásticos. A duração das hortaliças (perecibilidade) após a colheita está intimamente relacionada com sua taxa de respiração. Quanto mais alta for a taxa de respiração, mais rapidamente o produto se estraga. Por exemplo, brócolos e morango têm alta taxa de respiração e duram apenas sete dias no frigorífico, enquanto alho e cebola apresentam taxas menores, razão pela qual duram meses em armazenamento adequado. As hortaliças de fruto, como tomate e pimentão, subdividem-se em dois grandes grupos, de acordo com o seu padrão respiratório: climatéricas e não climatéricas. As hortaliças climatéricas são aquelas que, em determinado momento do seu desenvolvimento, apresentam um aumento significativo na atividade respiratória, o que geralmente coincide com o amadurecimento do órgão vegetal. Tal processo leva a alterações significativas na coloração, na firmeza e na composição de açúcares, de ácidos orgânicos e de outros compostos químicos. São exemplos de hortaliças climatéricas o tomate, a melancia e alguns tipos de melão. Já as hortaliças não climatéricas apresentam atividade respiratória decrescente durante o seu desenvolvimento, não ocorrendo, portanto, mudanças dramáticas na sua composição. O morango, o pepino e o pimentão são exemplos de hortaliças não climatéricas. Produção de etileno O etileno é uma hormona produzida pelas próprias plantas e tem grande efeito em vários processos fisiológicos, como o amadurecimento e a abcisão, que é a separação natural de órgãos vegetais da planta, como folhas e frutos. O etileno é libertado na forma de gás e tem efeito em quantidades muito pequenas (menos que 1mg L-1). É possível associar a perecibilidade das hortaliças também à quantidade de produção de etileno. A produção de etileno é alterada por algumas condições, como grau de maturidade na colheita, incidência de danos mecânicos, doenças e danos por insetos e temperatura. Pode ser alterada também pelo uso de refrigeração e atmosferas modificadas, técnica que permite diminuir o teor de oxigénio e aumentar o de gás carbónico (dióxido de carbono) no interior de embalagens ou de câmaras frigoríficas. |
(NOTA) Alterações na composição Como as hortaliças são órgãos vivos, várias mudanças na sua composição podem ocorrer na fase de pós-colheita, algumas desejáveis e outras que devem ser evitadas a todo o custo. Para as hortaliças folhosas, como alface, couve e espinafre, a manutenção da cor verde é fundamental para o seu aproveitamento como alimento. Essas hortaliças tendem a perder clorofila depois de colhidas e tornam-se amareladas. Para frutos de tomate, é importante completar o processo de maturação e assim aumentar a concentração de licopeno, que dá a cor vermelha aos frutos. O ponto de colheita é muito importante para as hortaliças, porque a maior parte delas é colhida ainda imatura, ou seja, antes de completar o seu amadurecimento. É durante a fase de amadurecimento que ocorrem as principais alterações de ordem química e física nas hortaliças.
Além da mudança de coloração de verde para vermelho, típica em tomate, ocorrem o amolecimento da polpa, a redução dos teores de ácidos orgânicos e o aumento dos teores de açúcares e de compostos voláteis, que são diretamente responsáveis pelo aroma e pelo sabor característicos das hortaliças. Crescimento e desenvolvimento de órgãos após-colheita Muitas hortaliças continuam a crescer e a se desenvolver na fase de pós-colheita.
A brotação de tubérculos de batata, de bolbos de cebola e de alho e de raízes de batata-doce, quando armazenados em temperatura ambiente e na presença de luz, acelera a deterioração dessas hortaliças, tornando-as rapidamente impróprias para o consumo. Em alguns casos, pode ocorrer também a germinação das sementes no interior de frutos, como no melão. A brotação pós-colheita das hortaliças é extremamente indesejável quando se pretende armazená-las por longos períodos ou transportá-las para longas distâncias. Assim, é importante atentar para as temperaturas e humidades relativas adequadas para transporte e armazenamento, pois isso impede ou retarda a brotação. A perda de água é uma das principais causas de descarte de hortaliças, pois afeta diretamente a sua aparência – tornando-as murchas e enrugadas – e o seu valor comercial. A perda de água afeta também a qualidade das hortaliças porque parte dos seus nutrientes e de suas características como alimentos são perdidos, como a crocância e a suculência.
A taxa de transpiração das hortaliças pode ser afetada pelas características de cada órgão (folhas, raízes, frutos, tubérculos, bolbos, inflorescências), o seu formato, a espessura da epiderme, a relação superfície/volume, a presença de danos mecânicos e pelo estádio de maturação. Fatores externos, como temperatura e humidade relativa do ambiente, também influenciam a taxa de transpiração. Como regra geral, admite-se que perda de água superior a 6 % ou 7 % (p/p) torna a hortaliça imprópria para a comercialização e consumo. (Fotos: Internet) |
|||||||||
Para mais informação relativamente à prevenção e/ou tratamento, deverá contactar o seguinte serviço da Direção Regional de Agricultura: Direção de Serviços de Desenvolvimento da Agricultura /DSDA |
- Detalhes