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Meteorologia agrícola
A informação técnica semanal!

apuramentos meteorologicos (LEGENDA)

Segundo os apuramentos meteorológicos de 4 de julho a 10 de julho (ver quadro), manteve-se a tendência das ultimas semanas, constatando-se na maior parte dos dias da semana tempo ameno, alternando, raras vezes, com dias de maior calor. A intensidade média do vento a fazer-se sentir duma forma moderada, não interferindo com a realização de operações culturais, nomeadamente a aplicação de produtos fitofarmacêuticos. Relativamente às regas, há que regar de acordo com as necessidades hídricas das culturas. Ver no quadro, os indicadores da Precipitação (P) e Evapotranspiração potencial (ETP), que indiciam claramente essa realidade. A previsão do estado do tempo para os próximos dias mantém-se, reserva-nos dias de alguma nebulosidade, alternando com céu limpo e precipitação a norte.

Deve manter a monitorização, às suas culturas, nomeadamente hortícolas e em particular as brássicas.

potra couve
 Potra da couve                                                                  Falsa potra

A potra e a falsa potra são dois problemas fitossanitários com origens muito diferentes, uma doença e uma praga, mas com aspeto exterior com algumas semelhanças, o que pode levar à confusão dos sintomas e das medidas de controlo a adotar. Uma e outra afetam plantas da família Brassicaceae como couves de todas as variedades, colza, nabos e rabanetes.

Potra da couve (Plasmodiophora brassicae Wor.)

A potra ou hérnia da couve, conhecida também como cepa da couve, tem uma importância económica grande em muitas zonas de produção de couves, principalmente porque pode atacar quase todas as espécies hortícolas da família das crucíferas, tais como, nabos, penca, coração de boi, lombarda, couve brócolo, couve-flor, couve-de-bruxelas, etc, e também espécies espontâneas, e pode tornar o solo impróprio para a produção durante vários anos.

Sintomas

A planta pode ser afetada desde o alfobre. Porém, nesta fase não apresenta sintomas na parte aérea.

O primeiro sintoma externo da doença, manifesta-se por um fraco crescimento da planta, sobretudo se os ataques se dão no cedo. Numa fase mais avançada, torna-se bem evidente o efeito sobre o crescimento, e nesse caso as folhas perdem o vigor durante as horas mais quentes, murcham, amarelecem e caem.
Com frequência, esta murchidão acentua-se pela instalação de outros parasitas, o que acelera o processo de destruição das couves.

Nas raízes (tanto na principal como nas secundárias), e mais raramente na base do caule, manifesta-se pelo aparecimento de massas brancas, que evoluem em galhas ou tumores de forma variável, envolvendo as raízes pelo todo.

Em corte, estes tumores não apresentam cavidades, contrariamente ao que se pode observar de um ataque de falsa potra.

Disseminação da doença

  raiz com potra raiz com potra 1
 Corte em raiz de penca com potra

A disseminação pode fazer-se pelos tumores existentes nas raízes das plantas, tumores existentes no solo, utensílios contaminados, e estrumes compostos de excrementos de animais alimentados por raízes de plantas infetadas.

Fatores favoráveis ao desenvolvimento do fungo

- Solos húmidos e com tendência a encharcamentos;

- Solos pesados e compactos;

- Solos de baixo pH (solos ácidos);

- Incidência prolongada de crucíferas na mesma parcela conduz mais tarde ou mais cedo a contaminações graves deste fungo, se o pH do solo e as condições de humidade são favoráveis a este parasita;

- Viveiros infetados, podem desempenhar um papel importante na disseminação da doença, assim como, as águas que escorrem de solos contaminados;

- A existência de restos das culturas anteriores atacadas que contêm estruturas de conservação do fungo (plasmódios) no solo, que permanecem viáveis durante vários anos.

Meios de prevenção e de combate à doença

Não existem meios de luta químicos. A solução para este problema passa por um conjunto de medidas culturais preventivas:

► Na preparação do solo, fazer análise de terra, de modo a efetuar as correções necessárias e evitando adubações excessivas;

► Elevar o pH do solo para níveis próximos da neutralidade, através de corretivos calcários ou adubações alcalinizantes, de acordo com os resultados da análise. Um dos adubos alcalinizantes existentes no mercado como fertilizante azotado, e com ação fungicida, herbicida, inseticida e outras propriedades, é a cianamida cálcica. Por ser cáustica, deve ser incorporada no solo pelo menos 15 dias antes da plantação.

► No entanto, há que evitar aplicações exageradas de calcário, que podem conduzir ao bloqueamento (não absorção pelas plantas) de outros nutrientes como, por exemplo, o fósforo.

► Evitar produzir couves e outras brássicas (nabos, nabiças, repolhos) em solos pesados e compactos;

 

previsoes meteorologicas (NOTA)

► Evitar solos com problemas de drenagem;

► Utilizar plantas sãs, produzidas em casa ou provenientes de viveiros de confiança. Ao fazer o transplante, examinar cuidadosamente as plantas e rejeitar as que apresentam tumores característicos da potra;

► Destruir as crucíferas espontâneas na parcela e imediações (por exemplo, saramagos, mostarda brava);

► Arrancar e queimar as plantas atingidas, tendo o cuidado de retirar do solo os restos das raízes, a fim de eliminar as galhas existentes;

► Realizar rotações longas, não fazendo crucíferas pelo menos durante 7 ou 8 anos no mesmo terreno.

Não confundir a potra com a falsa potra, cujos sintomas têm alguma semelhança, embora os tumores da falsa potra sejam provocados por um inseto.

Falsa potra (Ceuthorrhynchus pleurostigma Marsh.)

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 Raiz (nabo) com sintomas de falsa potra

A falsa potra da couve é provocada por um pequeno inseto, um coleóptero, cinzento-escuro que mede aproximadamente 3 mm, cuja larva é ápode (sem patas) de cor esbranquiçada e com cerca de 6 mm no final do seu desenvolvimento.

Embora seja uma praga com uma única geração anual, tem a particularidade de poderem aparecer populações com dois ciclos evolutivos diferentes. Um ciclo em que os adultos se reproduzem no outono e passam o inverno no estado larvar no interior das galhas e outro ciclo em que os adultos hibernam no inverno e se reproduzem na primavera.

As fêmeas perfuram as raízes para porem os ovos. Os adultos, durante a postura e posteriormente as larvas, segregam substâncias que vão afectar os tecidos da raiz provocando a lenhificação dos mesmos, originando galhas, ficando com um aspecto deformado, perdendo o seu valor comercial, principalmente se for na cultura do nabo. Na cultura da couve pode dificultar o desenvolvimento da planta.

Sintomas

Aparentemente, os sintomas são idênticos aos da potra da couve (Plasmodiophora brassicae), embora seja fácil a sua distinção. Por um lado, as deformações causadas pela potra são mais extensas e no caso da falsa potra, ao abrir uma galha, encontra-se uma larva no seu interior ou uma pequena galeria.

Meios de prevenção e de combate à praga

Efetuar rotações, evitar o transplante de plantas com galhas e no final da colheita queimar todos os restos da cultura, especialmente todas as raízes que tenham galhas.

O combate a esta praga é difícil e não há produtos homologados em Portugal para o seu controlo.

Lagarta da couve (Pieris brassicae)

lagarta couve
 Larvas da lagarta da couve (Pieris brassicae)

O 2.º voo desta praga decorre durante os meses de julho, agosto e parte de setembro. Cada fêmea deposita nas folhas das couves de diversas espécies e variedades, cerca de 300 ovos, agrupados aos 20 ou 30. Quando eclodem, as larvas mantêm-se juntas até atingirem praticamente o estado de desenvolvimento final, causando prejuízos assinaláveis nas plantas, sobretudo nas plantações recentes.

Deve vigiar a cultura. Em pequenos quintais, podem retirar-se as folhas com ovos ou com lagartas, ou retirar ovos e lagartas, evitando o recurso a inseticidas. Em explorações comerciais, podem ser aplicados inseticidas diversos homologados, quando se justifique (CIFLUMAX, CYTHRIN 10 EC, DECIS, DECIS EXPERT, STEWARD, KARATE ZEON, KARATE +, JUDO, ATLAS, NINJA with ZEON technology, etc.).

No Modo de Produção Biológico estão autorizados inseticidas à base de azadiractina (ALIGN, FORTUNE ASA) e de Bacillus thuringiensis (PRESA, SEQURA, TUREX). Para ser eficaz, aplicar quando aparecerem as primeiras larvas.

Roscas (Nóctuas) (Mamestra brassicae, Agrotis sp., etc.)

rosca couve rosca couve 1

Como medida preventiva, deve-se manter a cultura e imediações limpas de ervas infestantes, pois as borboletas de algumas roscas procuram as plantas espontâneas para porem os ovos. Para combate direto, em caso de infestação, proceda como para a lagarta verde da couve.

Para mais informação relativamente à prevenção e/ou tratamento deverá contactar o seguinte serviço da Direção Regional de Agricultura:

Direção de Serviços de Desenvolvimento da Agricultura /DSDR
Divisão de Assistência Técnica à Agricultura /DATA
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Telef.: 291 211 260

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