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Meteorologia agrícola: a informação técnica semanal ao seu dispor!

apuramentos meteorologicos (LEGENDA)

CLIMATOLOGIA

Segundo as previsões para a próxima semana, teremos temperaturas médias amenas em quase toda a região, verificando-se a norte temperaturas médias um pouco mais baixas. A intensidade média do vento a fazer-se sentir duma forma mais suave relativamente à semana anterior, permitindo com alguma reserva, a aplicação de produtos fitofarmacêuticos. As regas, uma vez que a precipitação está ausente exceptuando o concelho do Porto Moniz, terão que ter a sua frequência aumentada, mas sempre de acordo com as necessidades hídricas da cultura. Ver no quadro, os indicadores da Precipitação (P) e Evapotranspiração potencial (ETP), que indiciam claramente haver, na maioria das freguesias com peso agrícola, necessidade de regar. A previsão é de pouca precipitação para os próximos dias a Sul, havendo condições para planear os tratamentos fitofarmacêuticos de inverno nas temperadas, para quem ainda não os executou. A Norte da Região, o cenário relativo ao estado tempo é contrário ao sul, não permitindo realizar muitas das tarefas culturais, podendo no entanto aproveitar para proceder à limpeza e manutenção do equipamento agrícola.

Dando continuidade ao artigo do DICA da semana passada sobre a manutenção do solo, destacamos ainda dois aspectos que consideramos importantes, para serem implementados:

1 - ENRELVAMENTOS EM VINHAS E POMARES

Podem ser semeados no início da primavera cobertos vegetais para enrelvamento em vinhas e pomares, fazendo uma preparação cuidadosa do solo:

- lavoura pouco profunda, por exemplo com grade de discos;

- preparação cuidadosa da cama para as sementes;

- sementeira;

- passagem de rolo, para aconchegar a semente à terra. Podem ser utilizadas consociações de gramíneas e leguminosas (ferrãs, azevéns, trevos, serradelas), de preferência com sementes de variedades regionais ou locais, melhor adaptadas às condições naturais locais.

O enrelvamento pode também ser natural ou espontâneo, bastando deixar instalarem-se plantas cujas sementes já existem no terreno e que são aí vulgares, tais como:

- trevos, serradelas, mentrastos, azevéns, camomilas, cenoura brava, mostarda dos campos, etc. No entanto, um enrelvamento natural pode ser melhorado, introduzindo outras plantas por sementeira;

- festuca, azevém, trevo, serradela, etc.. As plantas locais produtoras de néctar e pólen, bagas e sementes, podem favorecer a existência de populações maiores e mais estáveis de insetos auxiliares e polinizadores e de aves e outros animais auxiliares.

 

previsoes meteorologicas (NOTA)

O enrelvamento deve cobrir o espaço da entrelinha, deixando o espaço da linha livre de ervas. O solo da linha pode ser mantido de preferência por limpeza mecânica ou cobrindo-o, por exemplo, com estilha de madeira ou palha traçada, que dificultarão o crescimento das infestantes.

Em alternativa, mas como último recurso, pode ser aplicado anualmente um herbicida, de forma localizada, cuidadosamente. Por vezes, também se pode optar por enrelvamento total do solo. O enrelvamento, sendo corretamente instalado e mantido, pode prevenir o desenvolvimento de infestantes, melhora a estrutura do solo e contribui para a sua proteção e conservação, protegendo-o da erosão. Se incluir leguminosas, fixa uma quantidade apreciável de azoto no solo. O enrelvamento contribui também para a existência permanente de boas condições para a entrada das máquinas no terreno.

O coberto vegetal criado com o enrelvamento deve ser cortado regularmente, entre a primavera e o outono. Deve haver o cuidado de não manter plantas floridas no solo na altura da floração das árvores, evitando assim que os polinizadores se desviem para o coberto do solo, deixando de polinizar as flores das árvores de fruto. Também se deve efetuar um corte da vegetação, se esta estiver florida, antes de aplicar produtos fitofarmacêuticos, de modo a evitar contaminar abelhas e outros auxiliares.

2 - MANUTENÇÃO DE BERMAS E TALUDES

Deve ser mantida e reforçada a vegetação espontânea de taludes e bermas de áreas cultivadas. Esta vegetação é necessária à fixação do solo, evitando a erosão. Por outro lado, serve de abrigo a inúmeros insetos auxiliares e outros animais, como aves insetívoras, mamíferos e répteis, necessários ao equilíbrio do ecossistema agrário. A vegetação espontânea de taludes e bermas é também uma fonte de pólen e néctar, alimento de substituição das populações de insetos auxiliares durante os períodos em que há menos pragas (afídios, ácaros, lagartas, etc.). Nunca aplique herbicidas nos taludes, caminhos e bermas dos terrenos de cultivo, quer se trate de culturas arbóreas, arbustivas ou herbáceas como os cereais. Não utilize o fogo. Quando necessário, proceda à manutenção dessas áreas recorrendo apenas a meios mecânicos.

Nunca se deve mobilizar o solo durante a floração, para não perturbar as plantas durante esse período.

Para mais informação relativamente à prevenção e/ou tratamento deverá contactar o seguinte serviço da Direção Regional de Agricultura:

Direção de Serviços de Desenvolvimento da Agricultura
Divisão de Assistência Técnica à Agricultura (DATA)
Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. 
Telef.: 291 211 260

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