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Meteorologia agrícola
A informação técnica semanal ao seu dispor!

apuramentos meteo (LEGENDA)

CLIMATOLOGIA

De acordo com as previsões para a próxima semana, haverá a continuação de muita nebulosidade, acompanhada de precipitação. As temperaturas médias continuam a baixar gradualmente bem como a velocidade do vento a fazer-se sentir, impedindo na maioria dos casos a aplicação de produtos fitofarmacêuticos. As regas, como consequência do aumento verificado da precipitação, deixam de ser necessárias. 

TRATAMENTOS FITOSSANITÁRIOS

Na aquisição dos produtos fitofarmacêuticos deve informar-se clara e previamente do problema fitossanitário que afeta as suas culturas, das finalidades dos mesmos, assim como, se está homologado para a cultura em questão, ou seja, para as quais está autorizada a sua aplicação. Não esquecer, dado que é uma obrigação, de registar no caderno de campo as utilizações dos produtos fitofarmacêuticos.

Respeite o Intervalo de Segurança (IS), que é o número de dias que decorre entre a última aplicação e a colheita, consultando sempre o rótulo do produto fitofarmacêutico.

Sempre que possível, deverá alternar o uso dos produtos fitofarmacêuticos por outros com a mesma finalidade, por forma a não dar azo ao aparecimento de resistências.

NOTA: Os tratamentos fitossanitários só devem ser realizados se as condições do estado tempo o permitirem.

Manutenção dos aparelhos de aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos

Aproveite os períodos mais tranquilos do Inverno para fazer uma revisão e manutenção aprofundada dos aparelhos, tendo em atenção os seguintes aspetos:

Depósito ► lavá-lo com água limpa para eliminar possíveis incrustações de produto nas suas paredes ou no fundo. Verificar que o depósito não tenha furos nem rachadelas, procedendo à sua reparação ou substituição, se necessário.

Filtro do depósito ► A sua função é de reter as impurezas presentes na água e as partículas de produto não completamente dissolvidas. Deve-se manter em boas condições, limpando-o cuidadosamente com jato de água.

Tubagens ► Devem ser lavadas com jato de água para eliminar possíveis incrustações no seu interior. Substituí-las em caso de deterioração.

Bicos ► Os bicos podem estar obstruídos, pelo que o débito de produto irá diminuindo. É aconselhável proceder à limpeza dos bicos, depois de desmontados, para restituir a sua capacidade de pulverização. Nesta limpeza não deve utilizar objetos perfurantes que possam alterar o diâmetro do orifício de saída do líquido. Caso seja necessário, substituir os bicos.

Bomba ► Nas máquinas que disponham deste elemento, deve comprovar-se periodicamente que o lubrificante contido no cárter está ao nível aconselhado. O óleo deve ser mudado periodicamente.

Manutenção do motor ► Deve limpar-se o filtro de ar a cada 50 horas de funcionamento. Controlar o estado das velas a cada 50 horas – devem-se desmontar, limpar e comprovar que a distância entre elétrodos é a correta. No caso das velas estarem muito deterioradas, deve proceder-se à sua substituição.

Dever-se-á continuar com as observações às culturas, por forma a detetar precocemente quaisquer sinais ou sintomas de pragas/doenças, como tem vindo a ser recomendado.

Actinídea (Kiwi)

Bacteriose da Actinídea - PSA (Pseudomonas syringae pv. actinidae)

Cuidados na colheita para prevenir a dispersão da doença

Antes da colheita, é necessário cortar e retirar as plantas mortas e os ramos infetados em plantas ainda vivas. Os restos vegetais (ramos e folhas) são os principais meios de disseminação da doença dentro do próprio pomar e de uns pomares para outros. Os pomares atingidos pela doença devem ser tratados com uma calda à base de cobre a seguir à colheita e a meio da queda das folhas. O objetivo é desinfetar as feridas deixadas nas plantas pela colheita dos frutos e pela queda das primeiras folhas, pois é por estas pequenas lesões que a bactéria causadora da doença penetra nos tecidos da planta.

Podridão Cinzenta (Botrytis cinerea)

Ferimentos nos frutos durante a colheita podem dar origem a podridões durante a conservação nas câmaras, causadas por Botrytis e outros fungos. Aconselha-se o maior cuidado no manuseamento dos frutos.

- Anoneiras

Monitorizar as anoneiras na tentativa de detetar a presença da cochonilha algodão. No caso se verificar a sua presença, poderemos aplicar o Imidan 50 WP (fosmete) numa concentração de 60g/hl.

Podemos realizar tratamentos preventivos para combater a antracnose (sintoma fitopatológico resultante da infecção das plantas por vários agentes etiológicos, entre os quais várias espécies de fungos, em geral pertencentes aos géneros Colletotrichum e Gloeosporium,) utilizando sulfato de cobre vulgarmente conhecido por ‘Calda Bordalesa’. (ver instruções do rótulo).

- Maracujazeiro (maracujaleiro)

Realizar tratamentos preventivos para combater a antracnose utilizando sulfato de cobre (calda bordalesa), com já atrás referido, ou ainda, utilizando um produto fitossanitário designado por ORTIVA (s.a.: azoxistrobina) que também previne a septoriose.

A aplicação de calda bordalesa no combate da antracnose também previne o aparecimento de outras doenças tais como:

• Tombamento ou "Damping off" (causado pelos fungos Rhyzoctonia, Fusarium e Phytophthora)

• Verrugose ou cladosporiose (causada pelo fungo Cladosporium herbarum)

• Alternariose (causado por fungos do género Alternaria)

Na presença de ácaros (Tetranychus urticae), aplicar Thiovit Jet (enxofre), 2,5 Kgpc/ha; Vol. Calda: 1000L/ha; Máximo 4 aplicações/ano (10-14 dias de intervalo) com 1 dia de intervalo de segurança.

Morangueiro

A antracnose é uma doença resultante da infecção das plantas por várias espécies de Colletotrichum que originam elevados prejuízos económicos na cultura do morangueiro. A doença pode manifestar-se em plantas de qualquer idade, mas ataca sobretudo os frutos em vias de amadurecimento. Provoca nos frutos lesões arredondadas e em depressão rosa-acastanhada, constituídas pelas frutificações do fruto. Os frutos, que permanecem na planta ou no solo, acabam por mumificar e constituir a futura fonte de inóculo.

Luta química: Poderá aplicar, entre outros, um produto fitofarmacêutico à base de captana, por exemplo Captan – (concentração: 220g/hl). Ver instruções no rótulo.

A Botrytis cinerea, vulgarmente designada de podridão cinzenta, afecta todos os órgãos do morangueiro desde folhas, caules, flores (pedúnculos e cálices) e frutos, embora os ataques sejam mais intensos durante a maturação dos frutos. Os frutos podem ser afectados em qualquer estádio do seu desenvolvimento. Inicialmente aparecem pequenas manchas de cor castanho-clara, moles as quais podem alargar-se por todo o fruto, que em condições ambientais favoráveis acabam por cobrir-se de um enfeltrado cinzento constituído por hifas vegetativas e conidióforos cheios de conídios prontos a espalharem-se por toda a cultura.

Luta química: Poderá aplicar entre outros, um produto fitofarmacêutico à base de iprodiona, por exemplo Rovral Aquaflow – (Concentração:150 ml/hl). Ver instruções no rótulo.

 

previsoes meteo (NOTA)

Caso não tenha nenhum dos produtos fitofarmacêuticos indicados anteriormente pode optar por adquirir um produto fitofarmacêutico à base de folpete (Concentração:100-125g/hl), que combate em simultâneo essas duas doenças, tornando a intervenção mais económica.

- Citrinos

As condições de tempo húmido são favoráveis ao desenvolvimento do míldio. Assim, para prevenir o aparecimento desta doença nos frutos, aconselha-se a realização de um tratamento de preferência com um produto à base de cobre. A pulverização deve ser direcionada para o solo e terço inferior da copa das árvores.

Luta cultural: promover o arejamento das plantas; a zona de enxertia deve situar-se a uma distância do solo nunca inferior a 50 cm; evitar o contacto dos ramos com o solo; efetuar a drenagem do solo; realizar a colheita com tempo seco; retirar e destruir os frutos infetados.

- Hortícolas

Lagarta da couve (Pyeris brassicæ)

Recomenda-se a vigilância das plantações e à observação das primeiras posturas ou de lagartas pequenas, a aplicação de um inseticida à base de Bacillus thuringiensis (TUREX, SEQURA, BELTHIRUL, PRESA), ou de azadiractina (ALIGN, FORTUNE AZA), sobretudo em hortas familiares ou para colheita imediata, já que estes são produtos biológicos, não tóxicos para o homem, abelhas, peixes e animais domésticos.

Outros produtos homologados para as lagartas da couve: ciflutrina (CIFLUMAX); cipermetrina (CYTHRIN 10 EC); deltametrina (DECIS, DECIS EXPERT, DELTAPLAN, DECA, DECIS JARDIM (não profissional); diflubenzurão (DIMILIN WP 25); emamectina-benzoato (AFFIRM); indoxacarbe (STEWARD); lambda-cialotrina (KARATE ZEON, NINJA with ZEON technology, KARATE+, JUDO, ATLAS, KARATE ZEON 1.5 CS).

- Batateira

Mantem-se a situação de elevado risco de desenvolvimento do míldio nos batatais. A severidade dos ataques será maior nas batateiras que ainda se encontram em crescimento. Contudo, em condições favoráveis como as que se têm registado, o míldio pode atacar as batateiras até à proximidade do arranque. No combate ao míldio da batateira em Modo de Produção Biológico, apenas podem ser utilizados fungicidas à base de cobre.

Devem ser tomadas algumas medidas preventivas, de forma a dificultar ou impedir o ataque de traça aos tubérculos (pthorimaea operculella) no campo.

Manter o terreno e as imediações livres de restos de cultura e de ervas infestantes.  Proceder à amontoa o mais cedo possível, chegando a terra para junto do pé das plantas, de modo a impedir as larvas de entrarem através de fendas no solo e as borboletas de porem os ovos nas batatas a descoberto.

Mesmo com uma amontoa bem feita, a terra pode abrir fendas. Nesse caso, uma rega, mantendo a terra húmida e as batatas cobertas, dificulta a postura dos ovos e a progressão das larvas.

Não manter os tubérculos na terra por tempo desnecessário. Logo que as batatas estejam prontas, devem ser colhidas.

As batatas colhidas devem ser de imediato retiradas do campo e armazenadas - nunca deixar as batatas no campo de um dia para o outro e nunca as cobrir com a rama das batateiras.

Armazene imediatamente após a colheita, escolha um local fresco, arejado e escuro.

Aplique Podrina (pó polvilhável com 0,1% de deltametrina – 750g/ton batata) de forma homogénea em cada camada de batata, utilizando um polvilhador de fole para que a corrente de ar gerada permita essa distribuição homogénea. Finalmente coloque uma cobertura permeável sobre a batata tratada (papel ou cartão).

A rega dos morangueiros deve ser abundante e acompanhada de adubação de cobertura de produção, reforçando a dotação do nutriente potássio.

Operações culturais

Estamos na altura da colheita da tão procurada e valorizada tangerina da “festa”, bem como do pêro regional mais conhecido por “Pêro Domingos” e também do Kiwi. Para aumentar o período de conservação destes frutos, convêm colhê-los ao início da manhã ou no fim do dia, tendo sempre a preocupação de os colher com o pedúnculo (pecíolo). O “pêro domingos”, deve ser mantido em zonas frescas nos tradicionais caniços, ou recorrer à sua conservação nos centros abastecedores distribuídos pela ilha, sendo esta última alternativa, também aconselhável para a conservação do Kiwi.

Continuar a mobilização dos solos para as sementeiras e plantações de outono-inverno, onde se irão fazer novas plantações de fruteiras e vinhas em janeiro/fevereiro procedendo à correção da reação do solo e à incorporação de composto.

Importante não esquecer, que é necessário desde já, efetuar as encomendas das fruteiras e dos bacelos.

Deverá aproveitar-se esta altura do ano, para proceder-se à calagem dos solos, mediante os resultados de análise laboratorial.

Na sucessão das culturas hortícolas (rotação), técnica cultural muito utilizada na Região, é de todo conveniente alternar com uma leguminosa, para que haja um equilíbrio de azoto no solo, retardando ao máximo o esgotamento do solo neste nutriente.

Armar canteiros para as sementeiras e plantações próprias da época.

Podar as roseiras e outros arbustos de jardim, bem como árvores ornamentais, nomeadamente as de rebentação mais temporã. Depois de podadas, pulverizar as roseiras com calda bordalesa.

Proceder à abertura de valas, regos ou outras obras que se considerem vantajosas para evitar a estagnação da água das chuvas.

Conservar o jardim limpo, procedendo à apanha da folhagem caía e aproveitando-a com outros restos de plantas, ervas, detritos vários e cinzas, para o fabrico de composto. Podar roseiras e outros arbustos, bem como árvores que não estejam em flor.

A prática de falsas sementeiras pode ser de grande ajuda na prevenção da infestação por ervas espontâneas que fazem concorrência e prejudicam a cultura da batateira. A falsa sementeira consiste na preparação do solo algumas semanas antes da instalação da cultura, deixando nascer uma camada de ervas infestantes, que serão destruídas enquanto pequenas, por uma gradagem. Só depois se faz a plantação da batata.

Para preservar e melhorar a fertilidade do solo é preciso usar técnicas culturais que tenham efeito directo sobre as suas características, sendo para isso fundamental, nas nossas condições, aumentar o seu teor em matéria orgânica, fertilizar racionalmente as culturas e corrigir a acidez do solo, de acordo com análises laboratoriais, que podem ser obtidas gratuitamente no Laboratório Agrícola da Madeira, situado na Camacha.

Searinhas para o presépio

É a altura certa para iniciar as sementeiras das searinhas em pequenos vasos, com intuito de ornamentar os presépios e lapinhas tão tradicionais na cultura madeirense.

Para mais informação relativamente à prevenção e/ou tratamento deverá contactar o seguinte serviço da Direção Regional de Agricultura:

Direção de Serviços de Desenvolvimento da Agricultura
Correio eletrónico: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
Telefone: 291 214 310

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