Meteorologia agrícola
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CLIMATOLOGIA Estão previstos para a próxima semana, dias de céu limpo em toda a costa sul, aguaceiros a acontecer serão de forma muito esporádica e apenas no norte da ilha. (registos de precipitação – P, na última semana, apenas no norte da ilha, ver quadro). Precisamente no norte, há que haver cuidados redobrados nas plantações de morangos, batatas e vinha e provavelmente fazer intervenções anti botrytis (podridões cinzenta), anti-míldio e anti-oídio. A sul a frequência das regas terá necessariamente que ser maior e de acordo com as necessidades das culturas. A leitura dos valores da Evapotranspiração potencial (ETP) para a Região indicam uma necessidade em estar atento à frequência das regas, que terá que ser maior, como já referido. Segundo estas previsões, teremos condições do estado do tempo boas a sul e razoáveis a norte, o que permite o desenvolvimento de atividades na exploração agrícola, nomeadamente práticas culturais (monda de frutos, eliminação de focos de pragas, substituição periódica do atrativo nas garrafas mosqueiras, recolha e destruição de frutos caídos no solo, etc…) que permitam diminuir as populações das principais pragas e evitar a aplicação sistemática de produtos fitofarmacêuticos. TRATAMENTOS FITOSSANITÁRIOS Na aquisição dos produtos fitofarmacêuticos deve informar-se claramente das finalidades dos mesmos, assim como, quais as culturas para o qual está homologado, ou seja, para as quais está autorizada a sua aplicação. Não esquecer, que é uma obrigação, registar no caderno de campo, as utilizações dos produtos fitofarmacêuticos. Deveremos continuar com as observações às culturas por forma a detetar precocemente quaisquer sinais ou sintomas de pragas ou doenças, como tem sido recomendado. - Frutícolas Com as boas condições do estado do tempo na costa sul, irá verificar-se um aumento na atividade da mosca da fruta (Ceratitis capitata), daí recomendarmos, dum modo geral, para todos os pomares vulneráveis à mesma, a colocação de garrafas mosqueiras (armadilhas de captura massiva), e proceder à substituição periódica (15 em 15 dias) do atrativo nas garrafas mosqueiras como uma medida complementar e não de substituição aos produtos fitofarmacêuticos autorizados. Em média colocar uma armadilha, por cada três árvores. Prosseguir com os tratamentos preventivos e curativos contra as seguintes doenças: pedrado das macieiras e das pereiras e ainda lepra dos pessegueiros. No Modo de Produção Biológico podem ser utilizados fungicidas anti-pedrado à base de cobre e de enxofre. Monitorizar as anoneiras na tentativa de detetar a presença da cochonilha algodão e caso se verifique a sua presença poderá aplicar o Imidan 50 WP (fosmete) numa concentração de 60g/hl. Conveniente nesta altura do ano estar atento à atividade do percevejo do abacateiro – Pseudacysta perseae, para aos primeiros sinais da sua presença atuarmos de imediato com aplicação de Confidor O-TeQ (imidaclopride) numa concentração de 50ml/hl. Neste momento, as condições climáticas e fenológicas do abacateiro são favoráveis ao ataque do aranhiço branco ou cristalino do abacateiro - Oligonychus perseae nas folhas, tendo-se já observado ataques consideráveis na costa sul. O ataque provoca a queda prematura das folhas, comprometendo a futura produção e expondo tanto os frutos como os ramos a queimaduras pelo sol. Assim, recomenda-se pulverizar os mesmos, molhando toda a copa, preferencialmente as páginas inferiores das folhas, devendo utilizar-se para tal: - Vertimec 018 EC Observação: dever-se-á regar as plantas um dia antes da aplicação do produto. - Citrinos Traça do Limoeiro (Prays citri) - A cultura do limoeiro encontra-se, predominantemente, no estado de primeira flor/plena floração. Considerando o início do voo da praga, recomendamos a observação aos órgãos florais para determinar a presença deste inimigo. Para o efeito deverá realizar-se a observação de 300 botões florais, sendo o nível económico de ataque considerado, quando 5% destes órgãos estiverem atacados (com posturas ou perfurações). Para o combate deste inimigo recomenda-se a utilização de inseticidas homologados, como por exemplo: - emamectina benzoato (SG AFFIRM), 150 g/hl, IS: 7 dias A indicação destes produtos fitofarmacêuticos não dispensa a leitura atenta do rótulo do respectivo produto. Chama-se à atenção para o facto de se indicarem todos os produtos comerciais referentes à substância ativa em causa, no entanto, a confirmação da sua homologação para esta finalidade, deverá ser efetuada através da leitura do respetivo rótulo do produto. Como medidas de combate à Psila Africana - Tryoza eritreae, (praga de quarentena), salienta-se a proibição da entrada no país de material de propagação de citrinos (plantas inteiras, porta-enxertos e garfos e borbulhas para enxertia), provenientes de países onde seja conhecida a existência. Também é proibida a produção, dentro do país, de material de propagação de citrinos nas zonas afetadas pela praga e sua comercialização. Devem-se cortar e queimar de imediato os ramos com sintomas da praga. |
Não adquirir nem plantar árvores com sintomas. Não enxertar com garfos ou borbulhas provenientes de árvores afetadas. As árvores afetadas devem ser sujeitas a monitorização durante o ano, para confirmação da eliminação ou não da praga e continuação da aplicação de medidas para o seu combate. Podem ser aplicados inseticidas. Estão homologados em Portugal quatro inseticidas de uso profissional, neonicotinoides, à base de acetamiprida (EPIK SG), imidaclopride (CONFIDOR O-TEQ e NUPRIDE 200 SL) e tiametoxame (ACTARA 25 WG), e um de uso não profissional, à base de acetamiprida (POLYSECT ULTRA PRONTO). A aplicação de todos eles deve coincidir com os períodos de rebentação, apenas nas árvores afetadas e nas da sua vizinhança. Os tratamentos à base de óleo de verão, normalmente aplicados contra cochonilhas, tendo o cuidado de atingir completamente toda a copa da árvore, também têm eficácia contra a psila africana. Mineira dos citrinos (Phyllocnistis citrella) Considerando o período de rebentação que se verifica no momento (plantas jovens, reenxertadas ou recentemente podadas), continuamos a recomendar a realização de uma observação atenta aos pomares para detetar a presença, em jovens rebentos com 3 a 4 cm de comprimento, se começarem a ser visíveis os primeiros sinais de atividade desta praga, caracterizados pela presença de ovos e larvas nos órgãos vegetativos desta cultura (pequenas folhas e raminhos). Quando for atingido o nível económico de ataque (10 – 15% de rebentos com jovens larvas), aconselhamos a realização de tratamento fitossanitário com um dos inseticidas homologados: - imidaclopride, CONFIDOR O-TEQ – 75 ml/hl. Deve adicionar-se Foli-Óleo na concentração de 500ml/hl. No caso de a praga estar associada à mosca branca, a concentração do óleo deve ser de 1000ml/hl. - Vinha As vinhas devem manter-se protegidas preventivamente contra o oídio até ao fecho do cacho, respeitando cuidadosamente o período de persistência de ação dos fungicidas utilizados. Nas vinhas em que surjam sintomas ou com historial da doença, a proteção deve ser mantida até ao Pintor. Nos casos de ataques intensos da doença os tratamentos deverão ser efectuados com enxofre ou meptildinocape. Apenas se recomenda a renovação do tratamento contra o míldio nas vinhas que ainda não atingiram o “fecho do cacho” (cacho compacto) ou naquelas em que os sintomas da doença têm persistido, devido à sucessão de infeções secundárias. Relembramos a importância da correta orientação da vegetação, no sentido de favorecer o arejamento na zona dos cachos e a boa penetração do tratamento fungicida. No Modo de Produção Biológico podem ser utilizados fungicidas anti-míldio à base de cobre e anti-oídio à base de enxofre e de hidrogenocarbonato de potássio (ARMICARB). - Hortícolas Para as hortofrutícolas mais comuns nesta época (morango, tomate, alface, pepino, abobrinha, feijão, milho, etc…) há condições favoráveis ao aparecimento e proliferação de pragas como aranhiços, tripes e afídios. Os agricultores deverão monitorizar com frequência o aparecimento destas pragas e quando atingido o nível económico de ataque realizar os tratamentos, utilizando os produtos fitofarmacêuticos menos tóxicos e respeitando as condições de utilização referidas no rótulo. Deverão ter sempre em atenção o respeito pelo intervalo de segurança. Alertamos os produtores de morango, que devem iniciar o controlo da praga Drosophila suzukii – “mosca da asa manchada” através de colocação de armadilhas de modo a detetar a praga e se possível efetuar a sua captura em massa. Deverá também adotar um conjunto de medidas culturais de modo a diminuir a incidência da praga e como última solução o recurso ao tratamento químico, existe para tal uma autorização de uso menor, (KARATE ZEON. Mais informação no DICA em Alerta aos Produtores de Morango. A rega dos morangueiros deve ser abundante e acompanhada de adubação de cobertura de produção, reforçando a dotação do nutriente potássio. OPERAÇÕES CULTURAIS Na sucessão das culturas hortícolas (rotação), técnica muito utilizada na Região, é de todo conveniente alternar com uma leguminosa, para que haja um equilíbrio de azoto no solo, retardando ao máximo o esgotamento do solo neste nutriente. Recomenda-se a limpeza das matas e evitar acumulação de resíduos vegetais facilmente combustíveis (madeira e folhagem), a fim de se evitarem eventuais incêndios. Não se esqueça e tire o máximo partido das matérias fertilizantes produzidas na sua exploração, particularmente estrumes, chorumes e outros, constituindo os adubos minerais apenas o complemento necessário ao défice de nutrientes eventualmente existente. Através de atitudes sustentáveis melhora-se a economia da família, reduzindo os custos de produção e melhorando a qualidade dos produtos. Sabedoria popular: - A abelha perto do monte, com fonte e casa abrigada, produz mel e cera dobrada. - Em Julho ceifo o trigo e o debulho e com vento soprando o vou limpando.
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Para mais informação relativamente à prevenção e/ou tratamento deverá contactar o seguinte serviço da Direção Regional de Agricultura: Direção de Serviços de Desenvolvimento da Agricultura |
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