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Lançamento oficial e promoção do símbolo gráfico “poncha AQUI é com Rum da Madeira” acontece hoje no IVBAM, pelas 18h00

poncha aqui cartaz O termo «poncha», depois de «ponche», corresponderá ao aportuguesamento do termo inglês «punch». Julga-se que terão sido os ingleses, dada a sua influência na Ilha, que difundiram a bebida na Madeira, entre os séculos XVIII e XIX. Em termos de registos escritos, a bebida aparece referida primeiramente como «ponche» em 1901 e só em bibliografia de 1937 e de 1950 consta o termo «poncha» que perdura até hoje. Embora não sejam conhecidos registos históricos taxativos sobre a origem precisa da «poncha» da Madeira, será lícito admitir que é muito provável que a bebida tenha começado a evoluir a partir do momento em que de subprodutos da indústria do açúcar se tenham obtido fermentados ou, no mínimo, quando a aguardente de cana tenha surgido em paralelo à produção de açúcar. As soluções encontradas para o consumo da bebida base, tal como noutras regiões açucareiras, através da mistura com outros produtos, visariam atenuar o seu maior ou menor teor alcoólico e “aspereza”.

O principal fator distintivo da «poncha» madeirense é, sem qualquer dúvida, a utilização de aguardente de cana (rum agrícola) de produção local, geralmente branca, no seu grau alcoólico comercial, a qual lhe confere os aromas característicos da destilação da cana-de-açúcar fermentada.

 

Além da «poncha à pescador», também é comum a designada por «tradicional», em que o açúcar é substituído por mel de abelha e o sumo de laranja pode ser utilizado em alternativa ao de limão. As ponchas mais contemporâneas substituem estes sumos pelos de outros frutos, principalmente de origem subtropical e de produção endógena, entre outros, com destaque para o maracujá e a tangerina, facto que contribui para aumentar a complexidade de sabores e aromas do produto. Outra característica da «poncha» da Madeira é o momento de preparação coincidir com o do consumo e, por norma, ser feita na presença do consumidor. Como qualquer mistura, não se poderá falar de uma «poncha» padrão em qualquer uma das suas principais categorias, variando a proporção de ingredientes de acordo com o saber-fazer de quem a confeciona.

Tipicamente, a elaboração da «poncha» é auxiliada com o chamado «pau da poncha» ou «mexelote» (pronunciado «mexilhote»), que permite esmagar e misturar os vários constituintes, instrumento fabricado por artesãos com base em madeira de laranjeira ou de loureiro, composição esta que mais contribui para aumentar a complexidade organolética do produto.

Nesta perspetiva, e tendo em consideração que a poncha é tida como a bebida tradicional da Madeira, cujo consumo tem vindo a aumentar, inclusive fora do território regional, e que tem como principal ingrediente a aguardente de cana sacarina, também designada por Rum da Madeira, que constitui um produto com Indicação Geográfica Protegida (IGP) produzido na Região Autónoma da Madeira, confirmada e caracterizada pelo Decreto Legislativo Regional n.º 5/2011/M, de 15 de março, importa proteger e distinguir a utilização do Rum da Madeira, promovendo assim a diferenciação para com outras bebidas destiladas e contribuindo igualmente para um melhor escoamento e aproveitamento da respetiva matéria-prima base, a cana-de-açúcar.

Com este propósito, através da Portaria n.º 187/2017, de 7 de junho, foi então criado o distintivo «poncha AQUI é com Rum da Madeira», que visa distinguir os estabelecimentos de restauração e similares que cumpram os critérios previstos no seu regulamento anexo.

Uma vez que a época natalícia corresponde a um ponto alto do consumo de poncha, nas suas diferentes abordagens, a Secretaria Regional de Agricultura e Pescas, através da Direção Regional de Agricultura, e dando continuidade à sua estratégia de promoção e divulgação dos produtos agrícolas e agroalimentares regionais sob a égide da Marca «Produto da Madeira», aproveita esta oportunidade para o lançamento oficial e promoção do símbolo gráfico “poncha AQUI é com Rum da Madeira”, hoje, dia 27 de dezembro, pelas 18 horas, no edifício do IVBAM, na rua 5 de Outubro, uma iniciativa que conta com a presença do Secretário Regional de Agricultura e Pescas, Dr. Humberto Vasconcelos.

Direção Regional de Agricultura