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48h1Com o mesmo entusiasmo do primeiro ano, tanto mais que já lhe somou vinte e oito, Santana foi a anfitriã do Festival Regional de Folclore e novamente, durante três dias, a capital deste "saber" (ou não contivesse o segundo tronco da palavra originária, saxónica, "Folklore" a evocação a "ciência") popular, daquele que os madeirenses e portosantenses foram fazendo seu ao longo dos tempos, e que os torna um povo diferente de todos os outros.

O folclore, como declara a UNESCO, é a "cultura popular" e representa a identidade social de uma comunidade. Esta "cultura" transmitida de geração em geração manifesta-se de muitas formas, as mais evidentes e bem espelhadas no Festival Regional de Folclore, através das canções, das danças, dos trajes, do artesanato e dos costumes.

48h3No domingo, foram então 19 os grupos folclóricos que levaram ao palco sobranceiro à Câmara Municipal de Santana, como sempre excelentemente decorado e engalanado para o propósito, o "folclore" mais característico de cada um dos concelhos da Ilha da Madeira, este ano circunscrito (todos os anos o Festival gira em torno de um tema específico diferente) ao mote "A Vinha e o Vinho". E esta temática, como sabemos, é de uma enorme riqueza na Madeira, sendo que a vinha e o vinho desde há séculos vêm fazendo parte da vida da população insular, ou não tivessem as primeiras castas, trazidas de Cândia (capital de Creta), sido mandadas introduzir pelo Infante D. Henrique logo após o descobrimento da Ilha. Num cenário em que os tons bordô dominavam, desfilaram cantigas e danças em que a vinha e o seu néctar são celebrados de forma mais ou menos declarada, como os usos e costumes a eles associados nas singularidades que assumem nos diferentes locais, muito deliciando o vasto público presente, no qual se destacavam, mais emocionados, muitos madeirenses emigrados em período de férias.

48h2Mas o evento não se esgotou, ainda que a sua joia mais valiosa, no Festival de Folclore. Desde sexta-feira, dia 19 de julho, sobrepôs-se-lhe a continuidade do Festival Gastronómico de Santana, na sua XII edição, iniciado no primeiro dia daquela semana, como a realização da habitual Feira Regional dos Municípios. Esta, com uma nova localização, explanou-se sob a mesma área temática do Festival, caprichando cada município na mostra do mais típico e específico do seu concelho sobre os produtos em destaque. Numa boa lição sobre os diferentes aspetos que a vitivinicultura assume na Madeira, se bem que mais ou menos focada nas vertentes ligadas ao folclore, foram reis e senhores o inestimável Vinho Madeira, como também os mais "jovens" vinhos "DOP Madeirense" e "IGP Terras Madeirenses".

Além de outra animação musical e focos de interesse para diferentes gostos e públicos, com destaque para os inúmeros stands de comércio que agitam sobretudo as crianças e desesperam, muitas vezes, os respetivos pais, não se poderia deixar de fazer referência à zona dedicada à gastronomia mais popular e típica de arraial madeirense, com as tradicionais barraquinhas de venda de carne para espetada e vinho com laranjada.

Paulo Santos

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