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charola1A Feira Agropecuária do Porto Moniz, que se realiza de 28 a 30 de junho, com a presença de 129 entidades, públicas e privadas, contará este ano com algumas novidades.

Para além das habituais presenças de agricultores, jovens agricultores, produtores pecuários, associações, empresas e organismos públicos, temos 14 entidades que vão à Feira pela primeira vez, sendo de destacar a Universidade da Madeira e a Companhia Insular de Moinhos, que vão apresentar os respetivos contributos para o desenvolvimento da agricultura e da agroindústria da Madeira.

Nesta Feira de 2013 vamos dar destaque a novas empresas e novos produtos, que surgiram recentemente no mercado, para mostrar que este setor continua dinâmico e é capaz de gerar, continuamente, novas oportunidades de investimento e de negócios. Esperamos que estes exemplos de determinação de alguns empresários possam servir de inspiração para muitas pessoas que pretendem encontrar soluções de trabalho na agricultura e na agroindústria.

Como a modernização da agricultura continua a ser uma grande aposta do Governo Regional, a Feira volta a apresentar um campo de demonstração de equipamentos para a mecanização agrícola e sistemas de rega, com a colaboração de diversas empresas.

Ao nível da evolução da mecanização agrícola, é interessante verificar, por exemplo, que, de acordo com os recenseamentos de 1999 e 2009, o número de tratores na Madeira quase duplicou em 10 anos, passando de 115 para 225, e que o número de motocultivadores e motoenxadas quase quadruplicou, passando de 488 para 1812. Segundo o recenseamento agrícola mais recente, a Madeira tem hoje a maior percentagem do país de tratores com menos de 5 anos, cerca de 32%. A nível nacional esta percentagem é de 12%.

O programa da Feira também inclui o tradicional leilão de gado que costuma ser o ponto alto das atividades do sábado, um dia cada vez mais concorrido pelo público. Considero que os muitos motivos de interesse desta Feira de 2013 justificam um passeio até ao Porto Moniz.

Quanto ao setor pecuário, e em termos muito genéricos, o setor tem vindo a registar um significativo aumento do seu valor, embora as diversas produções que o constituem apresentem tendências diferentes. Segundo as nossas estimativas, relativas a 2011 e 2012, o valor da produção total da pecuária madeirense terá aumentado de 44 milhões de euros para 48 milhões de euros, mais 9%. Ou seja, o setor tem conseguido adaptar-se às novas realidades, quer económicas, produtivas ou técnicas.

Assim, o setor pecuário continua por isso a ter uma importância muito grande na Madeira, sendo de destacar o forte aumento da avicultura, nomeadamente na produção de carne de frango e ovos. Estes dois vetores produtivos têm apresentado enormes avanços, com a instalação recente de várias unidades produtivas, muito bem apetrechadas em termos tecnológicos, que têm permitido suprir praticamente todas as necessidades do mercado regional.

A produção de carne de frango registou, entre 2000 e 2012, um forte crescimento de 72%, tendo passado de 2.413 ton para 4.157 ton. Na produção de ovos também se verificou um crescimento significativo nos últimos dois anos, dado que a produção aumentou 7,8%, passando de 26,1 milhões para 28,2 milhões de ovos.

No caso da carne de bovino, a produção decresceu na última década, muito por causa da concorrência de carnes mais baratas e também devido aos elevados custos de produção, mas é de esperar alguma recuperação nos próximos tempos, principalmente nas pequenas explorações, em linha com o renovado interesse que se assiste na agricultura e na pecuária. Na suinicultura, regista-se também uma significativa redução da produção, que resulta sobretudo de uma conjuntura particularmente desfavorável para a indústria instalada.

Bernardo Melvill de Araújo

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