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Nas campanhas da cebola da Madeira de 2009/10 e 2010/11, com o objetivo de prolongar a oferta deste bolbo no mercado regional e consequente aumento do rendimento dos agricultores, foram realizados pela DRADR dois ensaios de conservação frigorífica, no sentido de se saber qual a temperatura de conservação recomendada bem como as variedades regionais de cebola mais adaptadas àquele tipo de conservação.

Tradicionalmente, os agricultores conservam as cebolas em condições precárias, na maior parte das vezes em espaços exíguos, sem condições de temperatura e humidade relativa ideais a um armazenamento mais alongado, levando frequentemente a perdas consideráveis.

Atendendo a que a estrutura agrária da RAM é dispersa e as produções obtidas por cada agricultor são normalmente pequenas, a aposta na infraestruturação das explorações agrícolas para dotá-las de melhores condições de armazenamento não é uma realidade (por serem onerosas), mantendo-se o problema da conservação precária até ao momento.

Contudo, os Centros de Abastecimento Agrícola (CA), através dos seus sistemas frigoríficos, têm boas condições para o armazenamento da cebola, por um período de tempo prolongado, dando assim um forte contributo para o atenuar dos problemas de oferta sazonal desta produção regional.

Dos dois ensaios realizados entre 2009 e 2011, resulta que efetivamente existem benefícios no armazenamento frigorífico da cebola da Madeira à temperatura de 4ºC, nomeadamente a possibilidade de conservação frigorífica e a manutenção da qualidade das cebolas por um período mais longo. Por outro lado, o preço pago ao produtor é mais compensador, uma vez que a cebola armazenada no frio surge no mercado regional quando antes não existia, havendo mesmo uma redução do período em que há falta de cebola regional para comercialização.

De uma maneira geral, as cebolas (Pião, Bujanico e Valenciana) conservadas no frio, duplicam o seu tempo de "vida comercial" (passam de três meses para seis meses a seis meses e meio).

Em 2011, conservaram-se nas câmaras frigoríficas do CASAN e do CASA, 21.000 kg (dos quais 13.000 kg de produto obtido em modo de produção biológico) de cebola da Madeira provenientes de seis produtores, sendo que em 2012 armazenaram-se cerca de 8.000 kg de Cebola da Madeira (dos quais 6.500 kg de modo de produção biológico) de igual número de agricultores verificado em 2011. Esta diminuição ocorrida está relacionada com o ano relativamente seco em 2012 e que prejudicou a produção da cebola da Madeira. Porém, existe a convicção que 2013 será um bom ano de produção deste bolbo e de aumento de cebola conservada a 4ºC.

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Poster apresentado na "Festa da Cebola" de 2011, com o resumo das conclusões dos ensaios efetuados nas campanhas de produção de 2009/10 e 2010/11 Bolbos de cebola "Valenciana" armazenados a 4ºC em boas condições de conservação

 

Joaquim Leça

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