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As 4 tendências do sector agroalimentar para 2020

biotecnologia Sensores, proteínas alternativas, tecnologia para rastreamento de alimentos – tecnologias na área agroalimentar não faltam. Mas quais são as que vão dar cartas (ou perder pontos) em 2020?

Um novo relatório da AgFunder (uma plataforma de investimento no setor AgriFood) e da Idea 2 Scale (uma organização que ajuda empresas a angariarem investimento) revela as tendências de investimento na indústria para o próximo ano.

O relatório baseia-se em inquéritos e entrevistas aplicados a 50 investidores no setor agroalimentar de todo o mundo.

1. A biotecnologia vai ser o centro das atenções

As proteínas alternativas são das inovações mais populares no setor agroalimentar. Mas, para os investidores, a biotecnologia aplicada à agricultura leva o primeiro lugar em 2020. 58% dos entrevistados elegeu este segmento como o mais atrativo para investimento.

A biotecnologia agrícola engloba as tecnologias utilizadas na agricultura que envolvem processos químicos ou biológicos – incluindo alterações genéticas de sementes, análise de ADN animal e bio pesticidas.

Já em 2018 esta indústria tinha recebido 1,5 mil milhões de dólares em investimento. E a expetativa é que cresça cerca de 10% ao ano nos próximos anos.

2. Tecnologia agrícola à frente das tecnologias alimentares

“Há uma preferência geral por tecnologias a montante (AgriTech) em vez de tecnologias a jusante, ou tecnologias alimentares,” lê-se no relatório. O interesse dos investidores está, portanto, mais focado na produção agrícola do que em tecnologias mais focadas no consumidor.

Esta conclusão baseia-se nos segmentos do mercado que os investidores apontaram como os mais interessantes em 2020. O destaque vai para:

• Biotecnologia, como vimos acima;

 

• Alimentos inovadores, que incluem as proteínas alternativas à carne e carne feita em laboratório;

• Software de gestão, sensores e IoT, que receberam um voto de confiança de 46% dos investidores;

• Tecnologias intermediárias – isto é, aquelas que procuram melhorar a cadeia de distribuição entre o agricultor e o retalhista. Exemplos são tecnologia para rastreamento de produtos ou camiões autónomos.

3. Alimentos inovadores a subir

Este segmento é relativamente jovem, mas, “com base na procura dos consumidores e a publicidade feita a proteínas alternativas, não ficaríamos surpreendidos se os alimentos inovadores acabassem por emergir à frente dos outros,” disseram os autores.

Que proteínas alternativas são estas? O burburinho tem-se focado sobretudo nas “imitações” de carne feitas à base de plantas, como o Impossible Burger (que até já está disponível no Burger King, nos EUA) e a Beyond Meat.

56% dos investidores considerados no estudo apontaram este segmento como interessante para investimento num futuro próximo.

4. Restaurantes e supermercados online em queda

As plataformas digitais de restauração online e de venda de cabazes de ingredientes, bem como os supermercados digitais (as lojas online para venda e entrega de alimentos), vão perder relevância em 2020. Estas duas categorias foram eleitas pelos investidores como as mais sobrevalorizadas – especialmente a de restaurantes online e venda de cabazes de ingredientes.

Uma das empresas mais conhecidas nesta área é a Blue Apron, que entrega kits de ingredientes prontos a cozinhar. Não só o preço das suas ações teve uma queda enorme, como perdeu metade dos clientes nos últimos anos.

Em 2018, a área dos supermercados digitais recebeu 3,6 mil milhões de dólares em investimento, mas 2020 será diferente. 40% dos investidores pensam agora que este segmento é sobrevalorizado.

O principal motivo para esta mudança de opinião? A ameaça contínua da Amazon, que tem apostado nesta área. Prova disso são a aquisição da cadeia de supermercados Whole Foods, o investimento no serviço de entrega de refeições Deliveroo e o desenvolvimento da AmazonFresh, serviço de entrega de ingredientes alimentares em casa. “É extremamente difícil para outros competirem neste espaço,” defendem os autores do relatório.

Fonte: Marketing Agrícola.pt de 02/01/2020, baseado num artigo da Agroop