A cultura dos brócolos em modo de produção biológico |
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Esta couve desenvolve inflorescências verdes, centrais e compactas rodeadas por outras mais pequenas, que surgem após o corte da principal (Biggs, 1980). Os brócolos podem ser cultivados ao longo de todo o ano, desde que utilizadas as variedades adequadas. No Inverno, no entanto, deve ser cultivado apenas em zonas de clima temperado e sem geadas. Precisam de humidade durante toda a estação de crescimento. O solo deve ser franco, arenoso ou argiloso e também bem drenado, com pH neutro e que possua boa estrutura (por ex., sem uma camada superficial dura), dado que as raízes da planta são pouco profundas. No modo de produção biológica os tratamentos culturais, a exemplo da preparação do solo, da fertilização, das mondas e da cobertura de solo, são realizados de forma diferente em relação à agricultura convencional. Na preparação de solo, se houver cava do terreno, esta deve ser feita até 20cm de profundidade, de forma a haver arejamento e não se provocar quebra na estrutura do solo, procedendo à incorporação de composto, à abertura das covas e à colocação das plântulas. No caso de não haver cava, a preparação do solo é reduzida ao mínimo, sendo feita apenas a abertura de covas, adicionando-se fertilizante e colocando-se a plântula. |
O compasso a adotar situa-se entre os 50 e os 70cm na linha e os 50 a 60cm na entrelinha. É de salientar que é preciso ter em atenção o pH do solo. Um pH abaixo de 6-6,2 não permite uma boa formação, seja de uma cabeça ou grelo de brócolo. De forma a poder haver maior controle de infestantes procura-se cobrir os solos com diversas matérias secas, como feiteira seca, serragem (aparas proveniente do corte das madeiras), casca de pinheiro, palha de cereais ou composto. Por outro lado, procura-se encontrar algumas plantas que se possam utilizar como adubação verde e logo que se forme a flor faz-se o corte desta planta, cobrindo-se o solo e aproveitando também para fertilização. Há quem utilize as telas de cor escura para evitar a germinação de infestantes, mas estas devem ser usadas apenas em última instância, dados o seu elevado custo. As mondas são quase na totalidade manuais, sendo esporadicamente realizadas mondas mecânicas em terrenos de maiores dimensões. As pragas mais conhecidas neste tipo de cultura são a traça da couve, a mosca das raízes da couve, a lagarta rosca, o pulgão, as lesmas, os caracóis e a mosca branca. Os fatores biológicos autorizados são as piritrinas, sendo o ferramol indicado para lesmas e caracóis. De salientar que existem meios de luta cultural biológica muito eficazes. Quanto às doenças, de salientar a hérnia, o míldio das crucíferas e o oídio. No caso da hérnia da couve, a melhor das soluções é desenterrar e destruir as plantas atacadas, procedendo à rotação das culturas. Para o oídio, utiliza-se o enxofre, aplicado em horas de pouco calor, e para o míldio recomenda-se o uso de labicuper. É aconselhável proceder à rotação de culturas de 6 anos entre todas as espécies Brassica e fomentar a atividade de insetos úteis para eliminar os afídeos. Porém, em terrenos como os da Região, sobretudo de pequenas dimensões e com necessidade de rentabilizar ao máximo, a rotação de culturas é feita de modo a que as pragas ou doenças não se habituem aos sítios onde são cultivados os brócolos. Os rebentos devem ser colhidos enquanto as inflorescências ainda são pequenas e se encontram bastante fechadas. Se a colheita for demasiado temporã, os rebentos apresentam um peso menor. Por sua vez, os rebentos tornam-se muito abertos e de qualidade menos boa se demasiado tardia. Os brócolos deterioram-se facilmente, pelo que devem ser comercializados no mais curto espaço de tempo após a sua colheita.
Guida Gouveia
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Para mais informação relativamente ao controle das doenças ou pragas das culturas no âmbito da produção biológica deverá contactar o seguinte serviço da Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural: Direção de Serviços de Desenvolvimento de Agricultura e Pecuária Biológica |