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A importância das leguminosas na fertilização dos solos

esquema azoto
(figura 1)
rhizobium nodosites
(figura 2)
A atmosfera terreste contém 80% de azoto molecular (N2) gasoso mas, ao mesmo tempo, este nutriente é considerado escasso nos solos e dispendioso para os agricultores no plano de fertilização. De facto, a maior parte das plantas não consegue usar azoto na forma gasosa, apenas assimilando na forma amoniacal (NH3) e na forma nítrica NO3, ao nível do solo.

Contudo são conhecidos dois géneros de bactérias simbióticas fixadoras de azoto (Rhizobium e Bradyrhizobium) vulgarmente conhecidos como rizóbios, capazes de transformar o azoto molecular (atmosférico) em amónia quando se encontram em associação simbiótica com plantas hospedeiras (leguminosas) (figura 1).

Estas bactérias, ao associarem-se às raízes das plantas hospedeiras (leguminosas), formam nódulos (figura 2), obtendo açúcares produzidos pelas mesmas e estas por sua vez, fornecem azoto essencial para o seu crescimento.

 

Todas as plantas leguminosas são espécies fundamentais, na produção agrícola pois, esta simbiose permite a transferência de azoto atmosférico para o solo, permitindo assim uma adubação natural e contribuindo para a diminuição da adubação química através da aplicação de adubos azotados por parte dos agricultores.

Este tipo de adubação pode ser utilizada quer em produção integrada quer em agricultura biológica, o azoto fixado pode suprir as necessidades da cultura leguminosa, dispensando o uso de fertilizantes azotados, deixando no solo, alguma reserva para a cultura seguinte, tornando assim, esta prática menos poluente para o ambiente, menos dispendiosa para o agricultor e permitindo a obtenção de produtos de melhor qualidade.

Muitos dos agricultores madeirenses sabem da importância de efetuar rotações de culturas, com plantas leguminosas como uma prática agronómica recomendável. Nos vários sistemas de produção (produção integrada e agricultura biológica) integram nas práticas culturais, leguminosas (fava, ervilha, feijão, tremoço) de forma a beneficiarem das suas potencialidades nas culturas seguintes, para além da obtenção do grão dessa cultura. São exemplos na Região a plantação de favas e posteriormente a plantação da batata ou a cultura do feijão em consociação com o milho ou ainda a plantação de feijão seguido da cultura da batata-doce.


Isabel Tomás Freitas
Direção Regional de Agricultura