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A leucose enzoótica bovina

leucose enzootica bovina 1 Fonte: https://controllab.com/programa/leucose-bovina/

A leucose enzoótica bovina foi descrita pela primeira vez no ano de 1871, na Alemanha.

Considera-se que esta doença tenha surgido na Europa, na região de Memel, situada na Prússia Oriental (atual Polónia, Lituânia e Rússia), movendo-se para oeste com o passar dos anos. Após a Segunda Guerra Mundial, foram realizadas muitas descrições da doença em praticamente todos os países da Europa Oriental. Os animais importados da região do Mar Báltico, no final do século XIX, introduziram o vírus nos bovinos dos Estados Unidos da América. Com a disseminação da infeção, os rebanhos do Canadá também foram comprometidos. Após a guerra, a importação de animais destes dois países disseminou a doença para o resto do mundo.

A leucose enzoótica bovina é uma doença infeciosa altamente contagiosa, com uma evolução crónica. O agente etiológico da doença é um retrovírus pertencente ao género Deltaretrovírus e à família Retroviridae, subfamília Oncovirinae.

 

Os animais podem ser infetados em qualquer idade, incluindo na fase embrionária. Grande parte das infeções é subclínica, no entanto, 30% dos animais acima dos 3 anos pode desenvolver leucocitose persistente e uma menor percentagem de animais desenvolver linfossarcomas em vários órgãos.

Os linfócitos B são preferencialmente afetados, embora também tenha sido detetado em células T, monócitos e granulócitos. Ao acometer o sistema linfático, há uma desorganização dos seus tecidos e órgãos, principalmente os gânglios linfáticos, que perdem as suas características primárias e são substituídos por um novo tecido, de natureza neoplásica, formando os linfossarcomas.

O maneio adotado nas explorações é de grande relevância na contenção desta doença, devido à transmissibilidade horizontal do vírus, podendo ser transmitido, principalmente, por contato direto com sangue e outros fluidos biológicos contaminados. A transmissão vertical do vírus também é viável, mas provavelmente ocorre em menos de 10% das fêmeas infetadas.


Bibliografia

JIMENEZ FILHO, D.L. e VALLE, C.R. Leucose enzoótica bovina – revisão. PUBVET, Londrina, V. 7, N. 21, Ed. 244, Art. 1611, Novembro, 2013.
R.C. Silva, I. Fontana, F.C. Meirelles, A.P.M. Ruggiero, N. Benato, J.R.J. Borges (2008). Ocorrência de leucose enzoótica bovina na forma de linfossarcomas no distrito federal: relato de caso. Acedido a 31/ 01/ 2022, em: https://www.scielo.br/j/aib/a/hKgcvQrbKn9TL7fhWxyy3Zd/?format=pdf&lang=pt.


Mariana Melim Encarnação
Médica Veterinária
Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural
Direção de Serviços de Desenvolvimento Pecuário
Divisão de Assistência Pecuária

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