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Foco de Peste Suína Africana (PSA) em suínos domésticos na Roménia e República Checa

porcos1 Tem-se verificado um agravamento da situação epidemiológica da Peste Suína Africana na Europa, com a disseminação da doença em mais dois estados membros (Roménia e República Checa), bem como, com um aumento do número de focos em suínos selvagens e domésticos na zona Oriental da Europa. Por este facto, a Direção Geral de Veterinária, emitiu a nota informativa n.º 1/2017/PSA.

Face ao exposto, as explorações suinícolas devem reforçar as seguintes medidas:

1- A correta aplicação das medidas de biossegurança nas explorações, nos centros de agrupamento e entrepostos;

2- A apropriada aplicação das medidas de biossegurança nos transportes, nomeadamente no respeitante a limpeza e desinfeção dos veículos que transportam os animais;

3- A proibição da alimentação de suínos com lavaduras (art.° 23.° Decreto-lei n.° 143/2003 de 2 de julho) e com restos de cozinha e mesa ou matérias que os contenham ou deles derivem (alínea b) art.° 11 do Regulamento n.° 1069/2009 de 21 de outubro);

4- 0 adequado encaminhamento e destruição dos subprodutos animais em conformidade com o Regulamento n.° 1069/2009 de 21 de outubro;

5- A exigência de todos os intervenientes de reportar qualquer ocorrência ou suspeita de PSA, bem como aumentos anormais na mortalidade nas populações de javalis (art.° 3.° do Decreto-lei n.° 267/2003 de 25 de outubro), aos serviços regionais.

Aproveitamos a ocasião para elucidar sobre alguns aspetos da doença:

A Peste Suína Africana é uma doença infectocontagiosa de etiologia viral que afeta os suínos domésticos e selvagens e que é caracterizada por originar lesões de caracter hemorrágico com desfecho geralmente fatal nas formas agudas da doença, afetando animais de todas as idades.

Os suínos domésticos são altamente suscetíveis à infeção deste vírus. Os seres humanos não são suscetíveis à Peste Suína Africana.

Apresenta uma mortalidade e uma morbilidade muito elevadas. Pela sua gravidade, grande poder de difusão, repercussão económica e implicações na segurança alimentar, é uma doença incluída no grupo de doenças de declaração obrigatória da união europeia, da lista de doenças da OIE e da lista de doenças de declaração obrigatória em Portugal.

Durante os episódios de doença, o contato direto é a principal via de transmissão viral, por meio das secreções e excreções. A infeção acontece vulgarmente pela via oro-nasal.

A propagação viral da peste suína africana através de meios mecânicos tais como viaturas, equipamentos e instrumentos e roupa contaminada é bastante provável, sobretudo quando se verificam elevados níveis de contaminação ambiental.

A alimentação de suínos com restos de comida constituídos por produtos cárneos de origem suína, potencia a propagação da infeção e está na origem do surgimento de muitos focos.

 

Peste suína africana forma hiperaguda

Os suínos são vulgarmente encontrados mortos sem que tenham existido sinais que evidenciassem a doença. Antes da morte, alguns animais ficam deitados, atingem temperaturas elevadas, indicada por vermelhidão na porção ventral e nas extremidades em suínos de pele branca. Os suínos buscam sombra, ficam aglomerados uns sobre os outros e exibem uma respiração superficial rápida.

Peste suína africana forma aguda

Quando infetados por estirpes virulentas os suínos desenvolvem febre persistente de até 42.ºC, tornam-se apáticos e anoréxicos. Ficam aglomerados uns sobre os outros, buscam sombras e por vezes água. Manifestam letargia e prostração. Os suínos de pele branca ficam avermelhados, podendo mesmo tornar-se cianóticos, sobretudo na zona das extremidades (orelhas, membros, cauda, e focinho). As secreções oculares e nasais de natureza mucopurulenta podem ser evidentes. Podem apresentar sinais de dor abdominal, os quais são explanados pela postura adotada, pelos movimentos incómodos e pela mobilização lateral. Ocasionalmente podem ocorrer vómitos. Os suínos podem desenvolver obstipação, apresentando fezes rígidas, cobertas de sangue e muco, a qual é seguida de diarreia com sangue. Usualmente desenvolvem ataxia devido à debilidade dos membros posteriores progredindo para a paralisia. Frequentemente apresentam dificuldade em respirar, podendo mesmo apresentar na cavidade bucal e nas fossas nasais, espuma que pode ser sanguinolenta, o que é indicativo de edema pulmonar que é a principal causa de morte. Os suínos que sobrevivem mais tempo podem desenvolver sinais nervosos, que incluem convulsões, originadas por encefalite. Na mucosa e na pele estão bem visíveis as petéquias e / ou os hematomas de maior dimensão. As fêmeas gestantes comumente abortam em qualquer fase da gestação, não pela transmissão vertical, que não se verifica, mas sim pela elevada temperatura que caracteriza a doença. A duração dos sinais clínicos é normalmente curta de dois a sete dias. A mortalidade dos leitões encontra-se próxima dos 100%.

Peste suína africana forma subaguda

Os suínos que sobrevivem mais tempo, nomeadamente por terem sido infetados por estirpes menos virulentas, apresentam um quadro clínico semelhante ao da forma aguda, contudo evidenciando uma menor severidade. Poderão ocorrer problemas articulares e são frequentes as infeções bacterianas secundárias. A morte ocorre num período variável que vai desde semanas a meses, ou poderá verificar-se a recuperação parcial e a doença progride para a forma crónica.

Peste suína africana forma crónica

É caracterizada por uma grande variedade de sinais clínicos, derivados essencialmente das complicações bacterianas secundárias, entre as quais se destacam alterações reprodutivas e articulares. Os suínos podem sobreviver vários meses, contudo a sua recuperação é muito pouco provável.

 

Mais informações sobre a Peste Suína Africana em:

http://www.dgv.min-agricultura.pt/portal/page/portal/DGV

 

Bibliografia:
Adaptado do Manual de Operações da Peste Suína Africana da DGAV