A raiva – factos e recomendações |
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O vírus da raiva transmite-se através da saliva dos animais infetados, na sua maioria cães, mas também de outras espécies de animais, tais como o lobo, a raposa e o morcego. O período de incubação varia entre alguns dias e vários meses, mas uma vez manifestados os sintomas a doença é fatal, terminando em morte, quer para os animais quer para os humanos. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) e o OIE (Organização Mundial da Saúde Animal), a raiva existe em dois terços dos países e cerca de metade da população mundial vive em áreas endémicas, ou seja, áreas onde a doença existe permanentemente. Mais de 80% das mortes ocorrem nas zonas rurais, onde o acesso aos cuidados primários de saúde e a profilaxia após a mordedura por animal infetado é limitado ou não existe. Mais de 95% dos casos de morte de pessoas causada pela raiva ocorrem em África e na Ásia e são devidos à mordedura de cães infetados. Existem apenas três medidas para evitar os casos de raiva em humanos: • Manter a população de cães maciçamente vacinada, numa percentagem superior a 70% dos animais existentes; |
No entanto, a doença pode ocorrer em pessoas provenientes de países onde a raiva animal ainda não foi eliminada, tais como a Guiné-Bissau e Angola. Nos últimos seis meses de 2011, foram reportados em Portugal dois casos de raiva humana, tendo-se verificado ter sido adquirida em Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. Neste contexto, a Direção-Geral da Saúde recomenda aos viajantes provenientes de áreas geográficas onde a raiva é enzoótica (em cães, gatos, morcegos ou outros animais selvagens) para consultar um médico caso tenham sido expostos a mordeduras, beliscaduras, arranhões e/ou abrasões de animais potencialmente infetados. Por tudo isto, torna-se para nós preocupante a manifestação pública de algumas opiniões contra a exigência da vacinação antirrábica no nosso país e particularmente na nossa Região, demonstrando um profundo desconhecimento da doença e dos factos que determinam a sua imposição. Imagens:
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