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A bovinicultura – bovinos de engorda

A bovinicultura, senso lato, engloba dois tipos de produção claramente reconhecidos por todos os produtores pecuários: a produção de leite e a produção de carne.

A produção de carne, usualmente também reconhecida como produção de animais de engorda, é claramente a atividade mais desenvolvida pelos produtores pecuários regionais. Na verdade, é a atividade mais facilitada, não só em termos de exigências alimentares e maneio produtivo como também ao nível dos seus alojamentos.

Basicamente, as condições dos palheiros são iguais para todos os bovinos, sejam eles de engorda ou de leite, pois todos eles têm de ter acesso às condições mínimas de bem-estar animal. No entanto, a manutenção de animais destinados à produção de carne é menos exigente, se comparadas com as apertadas regras de higiénicas ligadas à produção de leite, nomeadamente no ato da ordenha e do armazenamento do leite.

Considerando a realidade agropecuária regional, não poderemos deixar de reconhecer que este tipo de atividade tem muito interesse para os produtores da região, contudo, as regras básicas têm de ser consideradas, para que esta tenha a melhor produtividade. São elas:

- Raça do animal - quando pensamos em produzir carne este é um dos factores que, de imediato, terá de ser considerado.

Deverão ser usadas raças selecionadas, vocacionadas para a produção de carne, ou ainda cruzamentos com estas raças, a exemplo da raça Charolesa, raça Limousine e raça Abeerden Angus, entre outras.

charolesa limousine angus
Raça Charolesa Raça Limousine Raça Aberdeen Angus

Alimentação – é por demais evidente que o animal só poderá demonstrar a sua capacidade de produzir carne se tiver uma alimentação equilibrada e adequada às suas necessidades.

 

Além da erva verde e da palha, será sempre conveniente ajudar o desenvolvimento dos animais com a administração de um suplemento alimentar, como seja um alimento composto, mais vulgarmente chamado de ração. 

Abeberamento – não podemos esquecer que todos os animais necessitam de água, pelo que esta deverá estar sempre à disposição do animal. A água deve ser sempre fresca e potável.

Alojamento – o espaço onde o animal é mantido deve ser favorável ao seu desenvolvimento, pelo que tem de ter espaço suficiente para que este se deite e levante sem dificuldade, com uma cama fofa e seca, com temperatura adequada (não deve exceder os 27º graus), arejamento e com luminosidade suficiente.

As paredes do alojamento deverão ser construídas em material lavável e desinfetável. Se o animal estiver em pastagem deveremos dar especial atenção à existência de zonas de sombras, que permitam ao animal proteger-se da exposição solar excessiva e abrigos para proteção das intempéries

Saúde do animal – proporcionar aos animais os cuidado de saúde que eventualmente necessitem, sem esquecer as ações preventivas, nomeadamente as desparasitações. 

Além destas condições diretamente ligadas à vida do animal, teremos também de dar muita atenção aos dejectos dos animais, de modo a que não haja impactos ambientais negativos. Referimo-nos aos estrumes que devem estar acondicionados, seja para armazenamento, seja para realizar simples processos de valorização, como, por exemplo, o processo de compostagem. 

Numa exploração, as escorrências dos estrumes a céu aberto não podem existir, pois além dos maus cheiros que originam provocam a aglomeração de insetos indesejáveis.

São estas, em breves palavras, as condições mínimas que os animais, em concreto os bovinos de carne, deverão usufruir nas explorações pecuárias regionais, de modo que estas mesmas explorações possam depois ser registadas, conforme o previsto na lei.

 

Fátima Sousa 
Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural