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DRA presente no Colóquio Nacional de Horticultura Biológica

coloquio nacional hortofruticultura biologica 1 Realizou-se em maio passado, em Viseu, o V Colóquio Nacional de Horticultura Biológica, uma iniciativa da Associação Portuguesa de Horticultura, em parceria com a Escola Superior Agrária de Viseu e a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro.

Este evento contou com cerca de 120 participantes de praticamente todas as regiões do país e pretendeu reunir investigadores, técnicos e agentes do sector na partilha de conhecimentos, avanços científicos e dificuldades sentidas, de forma a definir linhas de trabalho que tenham em conta os desafios que se colocam ao sector e as legítimas expetativas da população, com principal enfoque na qualidade e segurança alimentar, na preservação dos recursos naturais (solo e água) e na adaptação às alterações climáticas, bem como promover o aumento do rendimento dos agricultores e a redução dos preços ao consumidor, de forma a garantir a sustentabilidade do sector.

Da Madeira estiveram presentes duas técnicas, em representação da Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural, assim como representantes de outras instituições, particularmente da Universidade da Madeira.

Foram apresentados cerca de 60 trabalhos de investigação e experimentação, entre comunicações orais e em painel, repartidos em três sessões temáticas:

1 - Itinerários técnicos em Modo de Produção Biológico

Os trabalhos versaram a melhoria da fertilidade dos solos, através da aplicação de subprodutos de atividades agrícolas e agroindustriais, devidamente compostados e sujeitos a tratamentos diferenciados (biochar, dreche e bagaço de uva), apresentação de soluções para a gestão de infestantes (deep mulching), para a prevenção e tratamento de doenças (com o uso de microalgas) e para o controlo de pragas (insetos auxiliares).

2 - Transformação, qualidade e consumo

As apresentações abordaram a melhor forma de tirar partido dos materiais orgânicos disponíveis em cada região, as vantagens nutricionais de diversos produtos, nomeadamente da polpa e casca da anona, e o contributo do consumo de produtos biológicos para o bem-estar físico e emocional.

 

3 - Aspetos socioeconómicos e organização do sector

Relembrou os agricultores e técnicos pioneiros que ficarão na história do desenvolvimento da agricultura biológica em Portugal. Foram apresentadas as conclusões de inquéritos realizados e iniciativas em escolas, que permitem antever o caminho a percorrer por este sector no futuro próximo, em que a maior juventude e preparação dos agricultores biológicos, a crescente procura por produtos alimentares de qualidade e a preocupação dos consumidores com o meio ambiente asseguram o aumento contínuo da procura por produtos biológicos.

As comunicações, no geral, refletiram a premência do uso sustentável da água, do solo e dos fertilizantes e o contributo das novas tecnologias digitais no aumento da eficiência na aplicação destes recursos.

No final, a “mesa redonda”, subordinada ao tema “Novos rumos e discussão para o futuro da agricultura biológica”, contou com a participação de representantes das universidades, decisores políticos e empresários ligados à produção e à comercialização.

É de destacar o consenso relativo ao processo de crescimento da agricultura biológica, por motivações ambientais, de saúde, económicas, culturais e políticas; a necessidade de toda a sociedade reconhecer as várias valências da produção biológica e aceitar remunerar o agricultor de forma justa; a criação de redes multi-atores e multifuncionais para que o processo se torne mais sustentável e nada falhe até à chegada ao consumidor; e a importância de campanhas de sensibilização a ele dirigidas. A investigação deverá ser orientada e ter em consideração as múltiplas relações e o estatuto particular de cada exploração com o seu ambiente físico, económico e social. Às novas gerações deve ser permitido, e incentivado, o contacto com a natureza. Em diversos países, a legislação que implementou a alimentação biológica nas escolas permitiu resguardar os mais pequenos de contaminantes tóxicos e suportar o crescimento dos produtores biológicos a um nível local.

Ainda no âmbito do Colóquio, foram realizadas visitas técnicas a explorações biológicas. No terreno, foi possível consensualizar a grande importância da escolha da espécie e variedade (rústica, bem-adaptada e preferida pelo consumidor) e da manutenção do solo fértil e com boa estrutura. Nestas condições, os problemas fitossanitários não se fazem sentir com tão grande premência. O controlo de infestantes, a colheita e a distribuição constituem um grande desafio pela quantidade de mão de obra que exigem.

A realização do VI Colóquio foi agendada para daqui a 3 anos e o local escolhido foi a Madeira!


Fátima Freitas
Margarida Pita Groz
Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural
Divisão de Experimentação e Melhoria Agronómica

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