1 de outubro - Dia Internacional das Pessoas Idosas

No 1 de outubro celebra-se o Dia Internacional das Pessoas Idosas, uma data instituída pela organização das Nações Unidas (ONU) em 1991, com objetivo de sensibilizar a sociedade para as questões do envelhecimento, de modo a cuidar melhor da população mais idosa.

Convencionou-se considerar idoso o indivíduo com mais de 65 anos de idade, usando unicamente como critério a idade cronológica, embora não existam consensos sobre qual da data de início desta fase da vida, estando nas sociedades industrializadas associada à reforma.

Há cada vez mais pessoas idosas em todo o mundo e, segundo dados do Eurostat, Portugal será um dos países da União Europeia com maior percentagem de idosos e menor percentagem de população ativa em 2050, com as previsões do INE (Instituto Nacional de Estatística) a apontar para um milhão de pessoas com mais de 80 anos no nosso país.

O envelhecimento é uma parte natural do ciclo de vida, um processo dinâmico e progressivo com modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas que determinam perda de capacidades e maior vulnerabilidade a doenças. Em termos de nutrição há um maior risco de défices nutricionais e inclusive de desnutrição.

Os fatores que condicionam o estado nutricional na pessoa idosa podem ser:

• Ambientais: habitação inadequada, falta de meios para confecionar as refeições, dificuldades de acesso a géneros alimentares;
• Neuropsicolgicos: doenças neurológicas, diminuição das capacidades cognitivas, depressão, alteração do estado emocional;
• Sócio económicos e culturais: baixo nível de educação, baixos rendimentos, acesso limitado a cuidados de saúde, falta de conhecimentos sobre alimentação e nutrição, crenças, gastos elevados em saúde;

• Fisiológicos: problemas na saúde oral, perda de massa muscular, diminuição da densidade óssea, alterações no pH gástrico, diminuição da função imunitária.

A diminuição da ingestão alimentar pode ser consequência de:

• Problemas de mastigação (por exemplo falta de dentes ou prótese mal ajustada);
• Dificuldade em engolir (engasgamento /disfagia) para líquidos ou sólidos;
• Perda ou diminuição de capacidades sensoriais (visão, olfato);
• Alterações gastrointestinais;
• Desidratação;
• Hábitos alcoólicos e tabágicos;
• Polimedicação (interfere ao nível da absorção e metabolismo de nutrientes).

As necessidades nutricionais no idoso são diminuídas em termos de energia, quando comparadas às de um adulto em idade ativa, no entanto podem estar aumentadas em termos de vitaminas do complexo B, D, E, K e em minerais, tais como cálcio, ferro e zinco.

Assim, a alimentação do idoso deve ser completa, equilibrada e variada, podendo em alguns casos necessitar ser adaptada às necessidades de mastigação, disfagia e digestibilidade.

Recomendações a seguir:

• Fazer 5 a 6 refeições diárias;
• As refeições devem ser pouco volumosas e de fácil digestão com diferentes cores, sabores e formas, evitando a monotonia alimentar;
• Adaptar a consistência dos cozinhados conforme as dificuldades de mastigação e deglutição;
• Moderar o consumo de açúcar, sal, gorduras e bebidas alcoólicas;
• Estar atento às modificações de apetite e de peso;
• Ser fisicamente ativo, de acordo com as capacidades individuais.

Sónia Xavier
0020N
Nutricionista do SESARAM, EPERAM